Noticia o Livro Agenda Gaúcha, que dia 28 de
julho é o Dia do Agricultor, do sujeito que produz a energia fundamental para
manter o homem em pé, que nessa propalada crise atual da Nação brasileira, cabe
saber de onde vem o fenômeno, se do campo ou da cidade?
Eu tributo essa crise ao meio urbano, de onde
geralmente sai os que estão no governo, porque no campo tem pouco voto em
relação ao concentrado na cidade, onde
tantos pássaros perdidos habitam, da forma que bem relata o verso de
Gilberto Moreira Carvalho, musicado por Marco Aurélio Vasoncellos, comparando o
peão de ontem e de hoje.
O peão de ontem, que já teve bom cavalo, arreio
bom, pilcha simples, bem cuidada, uma estampa de monarca, mesmo tendo quase
nada. Palha, fumo, carne gorda, erva buena não faltava, pra um índio flor de
campeiro, serviço sempre sobrava.
Ao peão de hoje, veio a visão da cidade e o pago
se fez lembrança, onde amarga a dura lida, num por de sol sem esperança. Cativo
aos bretes das ruas como pássaro perdido, negaciando alguma changa, pra o prato
tão diminuído....
O prato feito basicamente pelo arroz, que outro
bárbaro do verso – José Hilário Retamozo se refere em Canção do Arrozais,
dizendo: O arroz é rio, o arroz é sol, o arroz é roda, é suor do peão, é
caminhão roda que roda. Mostrando ai o progresso que vem do campo, do mesmo
campo que tem sustentado nossa balança comercial, garantindo equilíbrio
econômico, que os governos historicamente por irresponsáveis, martirizam.
Sim senhores e senhoras, a crise vigente é urbana
e mais espiritual do que material, pela indigência moral política que endividou
o cidadão comum, de baixa renda, iludindo-o com crédito fácil pra consumo de
automóvel e gasolina, que deixam 50% de
impostos ao governo, formando uma bolha, majorada pela crise da Petrobras que
sacudiu o setor da indústria naval o que prova que temos uma crise localizada.
Graças a Deus, temos preços quase decentes ao
produto campeiro, que está numa espécie de rebusque do que foi perdido no tempo
e o homem citadino não tem remorso de pagar 1,8 por um quilo de arroz e paga
uma fortuna por um celular da moda, de matéria plástica, e acha o quilo da
carne caro, sem saber do custo de um e do outro.
Certa feita, nos idos de 90, quando estudava em
Pelotas na UCPEL, o professor de Economia Política, Omar Samar, um jordaniano
pós graduado no Canadá, observou que quando um país lastreia sua economia na
indústria automobilística está fadado ao insucesso.
Desde então não conseguia enxergar a lição de 25
anos atrás, que nesta década reconheci. Então pelo dia do agricultor, em
agradecimento ao rural, mais uma vez vamos bradar: Viva a força que vem do
interior!
Para pensar: Tudo na
vida tem seu preço, pagaremos sempre caro por acreditar nas coisas fáceis.
Fonte! Coluna Regionalismo, por Dorotéo Fagundes de Abreu desta semana.
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