domingo, 26 de abril de 2020

Memórias do Pampa! A Lenda da Lagoa da Música



Em Bagé, na atual e desmembrada Hulha Negra, perto do Rio Negro, existe uma lagoa mal-assombrada. Altas horas da noite, muito campeiro, ouviu notas de música brotando de suas águas calmas.
É que na sangrenta Revolução Federalista de 1893 uns trezentos republicanos pica-paus foram degolados em suas margens e os maragatos, vencedores, atiraram muitos mortos na lagoa. O coronel Negro Adão, de poncho largo atirado por cima dos ombros para as costas, firmava a ponta da faca bem chairada embaixo do nariz da vítima e quando esta instintivamente levava a cabeça para trás com perícia de bom conhecedor do ofício lhe era desfechado o rápido e profundo talho no pescoço. Esguichando sangue, o ferido irremediável, ainda caminhava alguns passos antes de cair. Mas não só os castelhanos foram imolados. Muitos brasileiros estavam na lista das vinganças e passaram a fazer parte dos trezentos e muitos daquela tarde suja de sangue e noite de lodo vermelho sobre a relva.
 Diz a lenda que o último degolado era um rapaz muito novo, valente com armas e clarim da força derrotada. Ao ser degolado, ainda correu para a lagoa, levando o seu clarim - clarim que ele gosta de tocar até hoje, nas noites de lua cheia. 

Fonte! Chasque (e respectivos retratos) publicado no Sítio Facebook Rio Grande Antigo, por Célia Carvalho - https://www.facebook.com/groups/156087481737120/

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