As Bandeiras e a Batalha de M’BORORÉ uma grande batalha nas águas.
Para entender melhor a Batalha de M’Bororé, ocorrida entre 11 e 18 de março de 1641, na confluência entre o rio Uruguai e o rio Mbororé, no encontro destes rios, próximo ao Penhasco M’Bororé junto ao Porto Vera Cruz, no município de Panambi, na Província de Missiones, na Argentina, onde os nativos guaranis aniquilaram os Bandeirantes que eram “caçadores de índios”, é preciso que voltemos no tempo.
As Bandeiras caracterizavam-se por expedições, incursões, de caráter particular que, formalmente, não tinham o apoio das autoridades portuguesas. A finalidade das Bandeiras era a exploração de território em busca de ouro, prata, pedras preciosas e apresamentos de índios.
Os Bandeirantes paulistas, organizados em grupos, avançavam e palmilhavam terras desconhecidas por enormes distâncias enfrentando as intempéries do tempo e as agruras da época onde o Brasil deve a eles, num aspecto, a própria extensão territorial brasileira, pois eles foram “semeadores” de vilarejos onde muitos se tornaram cidades, mas, por outro lado, eles foram verdadeiros predadores da vida humana, em especial, quanto aos índios.
Detectada a aldeia a ser atacada, no acampamento, por parte bando armado dos Bandeirantes, havia sempre um preparo de afiação de facas, alfanges (sabre curto), machetes (facões), lanças, porretes, outras armas da época, laços e correntes.
Os ataques, verdadeiro espetáculo de horror onde era espalhado o terror, costumeiramente eram de surpresa, onde impetrava-se o terror e a matança principalmente às crianças, velhos, indefesos e, inclusive, queimava-se gente viva além de alguns aproveitadores nos estupros. A carga desses bárbaros sanguinários, procurava amarrar e acorrentar o maior número possível de índios que eram chamados de “peças” que, aprisionados formavam hordas (pequenas multidões) que seguiam a triste e penosa marcha de quase 1500 km por mais de dois meses a pé muitas vezes sob os açoites dos chicotes, maus tratos diversos e violência moral para ser vendidos ou usados como escravos nas lavouras na vila de São Paulo, que era um celeiro do Brasil colonial.
Nessa época a própria manutenção da subsistência não era nada fácil. Eles carregavam uma espécie de pasta amarelada de mandioca que era a farinha de guerra onde, às vezes, mofava e juntava até baratas. Comia-se caça meio quase de tudo desde veados, pacas, cotias, tatus até macacos, larvas, cobras, sapos, formigas e lagartos. A dieta era completada quando era possível com pinhões e outras frutas silvestres. Nessa aventura alguns morriam de inanição (enfraquecimento por falta de alimentos).
Esse verdadeiro holocausto, genocídio, que foram as Bandeiras movidas belo abuso e a ganância e exploração do ser humano, na verdade, deu fim ao Tratado de Tordesinhas.
A povoação deste vasto território missioneiro muito sofreu na mão dos Bandeirantes que deixaram epidemias, órfãos, muita dor corporal e espiritual, e levaram daqui em torno de 50.000 índios. Vale ressaltar que por parte dos Bandeirantes que eram muito dispostos e corajosos também muitos morreram devido as doenças, fome, terras estéreis e crivados de flechas. As investidas e as atrocidades em escravisar os índios pelos Bandeirantes para sanar suas necessidades econômicas deram-se pelo fato de que a mão-de-obra escrava na época procedente de Angola estava praticamente na mão dos holandeses no Brasil.
O avanço das Bandeiras na caça ao índio nas povoações missioneiras reduziu drasticamente só após a Batalha de M’Bororé. Daí em diante esses aventureiros paulistas voltaram a noroeste de São Paulo escravizando as tribos dos Jês.
Na Batalha de M’Bororé a milícia guarani além dos arcos e flechas e outros armamentos rudimentares tinham um número razoável de armas de fogo e contaram nesse episódio com sentinelas bem doutrinados e avançados. Não se sabe o número exato, mas calcula-se que morreram mais de 1500 homens. Estima-se que os guaranis enfrentaram e venceram uma frota de 130 canoas, 1200 índios e 350 Bandeirantes onde os índios dispunham de 70 canoas armadas com 57 arcabuzes (primitiva arma de fogo portátil) e arcos comandados pelo capitão Ignácio Abiarú. A luta durou em torno de 7 dias sendo que muitos daqueles que representavam o lado dos Bandeirantes os que não morreram na água tingida de sangue acabaram morrendo nas margens do rio, na mata ciliar, selva adentro, alguns devorados por feras e na Redução de Acaraguá. Da parte dos índios, mesmo sendo vitoriosos, houve um número considerável de baixas humanas nessa sangrenta batalha.
Sobre
O próprio local onde houve a batalha através da sua disposição geográfica e as muralhas do mato foi um lugar estratégico que favoreceu mais os guaranis obrigando os Bandeirantes a uma peleja frontal.
As baixas na Batalha de M’Bororé pela parte dos Bandeirantes serviram definitivamente para frear a expansão escravagista onde as novas incursões nos anos seguintes foram menores, mais raras e menos agressivas. E, por sua vez, os jesuítas mantiveram através dos guaranis uma força armada com a própria autorização da coroa espanhola haja vista a necessidade de manter viva a necessidade estratégica das Reduções Missioneiras. Esta batalha foi um marco onde concluiu-se um ciclo e iniciou-se outro de consolidação das Missões onde, lamentavelmente, mais tarde, vítimas de outros tratados os jesuítas e uma enorme massa humana do povo guarani foram aniquilados, dizimados, a partir da Batalha de Caiboaté pela fusão português-espanhola.
Sobre as investidas Bandeirantes às Missões, a escravidão dos nossos nativos, tantos horrores cometidos a eles onde milhares de vidas inocentes foram ceifadas cabe-nos uma reflexão sobre estes acontecimentos, que devemos sempre sermos irmãos de pátria e querência, deixar que a vida siga no tom da liberdade plena e do bom senso, mas ficarmos alertas de modo a nunca permitirmos a intromissão alheia, o desrespeito e a ganância, que traz violência e morte e que nunca mais se repita em terras brasileiras acontecimentos semelhantes a este entre as Bandeiras e suas consequências , pois o ser humano deve viver para crescer sendo agente do amor, da paz e da fraternidade.
Para entender melhor a Batalha de M’Bororé, ocorrida entre 11 e 18 de março de 1641, na confluência entre o rio Uruguai e o rio Mbororé, no encontro destes rios, próximo ao Penhasco M’Bororé junto ao Porto Vera Cruz, no município de Panambi, na Província de Missiones, na Argentina, onde os nativos guaranis aniquilaram os Bandeirantes que eram “caçadores de índios”, é preciso que voltemos no tempo.
As Bandeiras caracterizavam-se por expedições, incursões, de caráter particular que, formalmente, não tinham o apoio das autoridades portuguesas. A finalidade das Bandeiras era a exploração de território em busca de ouro, prata, pedras preciosas e apresamentos de índios.
Os Bandeirantes paulistas, organizados em grupos, avançavam e palmilhavam terras desconhecidas por enormes distâncias enfrentando as intempéries do tempo e as agruras da época onde o Brasil deve a eles, num aspecto, a própria extensão territorial brasileira, pois eles foram “semeadores” de vilarejos onde muitos se tornaram cidades, mas, por outro lado, eles foram verdadeiros predadores da vida humana, em especial, quanto aos índios.
Detectada a aldeia a ser atacada, no acampamento, por parte bando armado dos Bandeirantes, havia sempre um preparo de afiação de facas, alfanges (sabre curto), machetes (facões), lanças, porretes, outras armas da época, laços e correntes.
Os ataques, verdadeiro espetáculo de horror onde era espalhado o terror, costumeiramente eram de surpresa, onde impetrava-se o terror e a matança principalmente às crianças, velhos, indefesos e, inclusive, queimava-se gente viva além de alguns aproveitadores nos estupros. A carga desses bárbaros sanguinários, procurava amarrar e acorrentar o maior número possível de índios que eram chamados de “peças” que, aprisionados formavam hordas (pequenas multidões) que seguiam a triste e penosa marcha de quase 1500 km por mais de dois meses a pé muitas vezes sob os açoites dos chicotes, maus tratos diversos e violência moral para ser vendidos ou usados como escravos nas lavouras na vila de São Paulo, que era um celeiro do Brasil colonial.
Nessa época a própria manutenção da subsistência não era nada fácil. Eles carregavam uma espécie de pasta amarelada de mandioca que era a farinha de guerra onde, às vezes, mofava e juntava até baratas. Comia-se caça meio quase de tudo desde veados, pacas, cotias, tatus até macacos, larvas, cobras, sapos, formigas e lagartos. A dieta era completada quando era possível com pinhões e outras frutas silvestres. Nessa aventura alguns morriam de inanição (enfraquecimento por falta de alimentos).
Esse verdadeiro holocausto, genocídio, que foram as Bandeiras movidas belo abuso e a ganância e exploração do ser humano, na verdade, deu fim ao Tratado de Tordesinhas.
A povoação deste vasto território missioneiro muito sofreu na mão dos Bandeirantes que deixaram epidemias, órfãos, muita dor corporal e espiritual, e levaram daqui em torno de 50.000 índios. Vale ressaltar que por parte dos Bandeirantes que eram muito dispostos e corajosos também muitos morreram devido as doenças, fome, terras estéreis e crivados de flechas. As investidas e as atrocidades em escravisar os índios pelos Bandeirantes para sanar suas necessidades econômicas deram-se pelo fato de que a mão-de-obra escrava na época procedente de Angola estava praticamente na mão dos holandeses no Brasil.
O avanço das Bandeiras na caça ao índio nas povoações missioneiras reduziu drasticamente só após a Batalha de M’Bororé. Daí em diante esses aventureiros paulistas voltaram a noroeste de São Paulo escravizando as tribos dos Jês.
Na Batalha de M’Bororé a milícia guarani além dos arcos e flechas e outros armamentos rudimentares tinham um número razoável de armas de fogo e contaram nesse episódio com sentinelas bem doutrinados e avançados. Não se sabe o número exato, mas calcula-se que morreram mais de 1500 homens. Estima-se que os guaranis enfrentaram e venceram uma frota de 130 canoas, 1200 índios e 350 Bandeirantes onde os índios dispunham de 70 canoas armadas com 57 arcabuzes (primitiva arma de fogo portátil) e arcos comandados pelo capitão Ignácio Abiarú. A luta durou em torno de 7 dias sendo que muitos daqueles que representavam o lado dos Bandeirantes os que não morreram na água tingida de sangue acabaram morrendo nas margens do rio, na mata ciliar, selva adentro, alguns devorados por feras e na Redução de Acaraguá. Da parte dos índios, mesmo sendo vitoriosos, houve um número considerável de baixas humanas nessa sangrenta batalha.
Sobre
O próprio local onde houve a batalha através da sua disposição geográfica e as muralhas do mato foi um lugar estratégico que favoreceu mais os guaranis obrigando os Bandeirantes a uma peleja frontal.
As baixas na Batalha de M’Bororé pela parte dos Bandeirantes serviram definitivamente para frear a expansão escravagista onde as novas incursões nos anos seguintes foram menores, mais raras e menos agressivas. E, por sua vez, os jesuítas mantiveram através dos guaranis uma força armada com a própria autorização da coroa espanhola haja vista a necessidade de manter viva a necessidade estratégica das Reduções Missioneiras. Esta batalha foi um marco onde concluiu-se um ciclo e iniciou-se outro de consolidação das Missões onde, lamentavelmente, mais tarde, vítimas de outros tratados os jesuítas e uma enorme massa humana do povo guarani foram aniquilados, dizimados, a partir da Batalha de Caiboaté pela fusão português-espanhola.
Sobre as investidas Bandeirantes às Missões, a escravidão dos nossos nativos, tantos horrores cometidos a eles onde milhares de vidas inocentes foram ceifadas cabe-nos uma reflexão sobre estes acontecimentos, que devemos sempre sermos irmãos de pátria e querência, deixar que a vida siga no tom da liberdade plena e do bom senso, mas ficarmos alertas de modo a nunca permitirmos a intromissão alheia, o desrespeito e a ganância, que traz violência e morte e que nunca mais se repita em terras brasileiras acontecimentos semelhantes a este entre as Bandeiras e suas consequências , pois o ser humano deve viver para crescer sendo agente do amor, da paz e da fraternidade.
Fonte! Chasque (e retrato) publicado no sítio oficial Portal das Missões. Abra as porteiras (e veja os outros retratos) clicando em https://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/id/1818/batalha-m'borore.html?fbclid=IwAR1QUq1CgFn3U1jjRQMOtPUS_NuWEYU9t9YcUaiZ2V-pNeTURnJseM5R1hk
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