Créditos foto: Luiz Jairo Ribeiro, pai do amigo Jaime Ribeiro. |
O
acampamento do grupo “Os Angueras” deu início aos acampados na área fora da
cidade de Uruguaiana e que se tornou mais tarde a cidade de lona. O grupo que
estava participando desde as primeiras edições da Califórnia, procurou uma área
para poder ficar à vontade e ensaiar. Nos anos seguintes surgiram outros
interessados e o acampamento foi tomando forma.
A partir da IV Califórnia, foi necessário estruturar o local para acomodar participantes que já não encontravam vagas nos hotéis da cidade, nem tampouco no espaço no pátio do CTG Sinuelo do Pago, que abrangia uma área de 10 mil metros quadrados aproximadamente. Montou-se então a “cidade de lona” na sede da Associação Rural Agrícola e Pastoril, mais popularmente conhecida como “pastoril”, que fica em local distante cerca de cinco km do centro de Uruguaiana.
O local passou a abrigar as centenas de barracas que acomodavam os inscritos e visitantes por vários dias. O local foi adaptado para proporcionar as condições necessárias para receber e dar acomodações a centenas de pessoas, com construção de banheiros e instalações de energia elétrica até próximo às barracas. Além de um sistema de sonorização que prestava um excelente serviço de informação aos acampados.
A ESTRUTURA
A cidade de lona passou a contar com uma infraestrutura de uma verdadeira cidade, incluindo: Polícia Civil, Brigada Militar, telefone público, bombeiros, farmácia, padaria, churrascaria, juizado de Menores, armazém e açougue.
Para tanto, também foi estruturada de uma prefeitura, cujo primeiro prefeito foi o Sr. Adersom Vargas, que contava ainda com o Sr. Marcelo Chitoni como secretário e Isaias Munhoz, encarregado das tertúlias. A Pastoril era dotada de um local que podia ser utilizado para palco e apresentações de shows.
A cidade de lona era estruturada em bairros com sub-prefeitos sendo eles: Do lago, Timbaúva, Floresta, Do sol. Na entrada principal do acampamento havia um mapa dos bairros e ruas para melhor orientação dos visitantes.
OS MOMENTOS DE CIVISMO
Além de
contar com a estrutura de uma “prefeitura”, a cidade de lona tinha momentos de
civismo com a execução dos hinos riograndense e da cidade, além do recebimento
da chama crioula, que após o encerramento da semana farroupilha percorria
algumas estâncias e CTG´s, conduzida por piquete de cavalarianos e era recebida
com muita pompa pelo público dos acampados e visitantes.
AS TERTÚLIAS
Aconteciam durante as noites em que no Cine Pampa não tinha apresentações, e até durante o dia, muitas tertúlias, embaladas pelos artistas que estavam se apresentando na Califórnia.
As cantorias se transformavam em verdadeira integração onde vários artistas cantavam os clássicos da música regional e sem cachês pois o que interessava era a interação com o público que acampava, e depois iam prestigiá-los nas apresentações de palco do festival. Era comum se encontrar por entre as barracas artistas como: Renato Borguethi, Grupo Uruchês, Cenair Maicá, Pedro Ortaça, Mário Barbará, Telmo de Lima Freitas, entre outros.
A CIDADE DE LONA PASSA A SER TAMBÉM O PALCO PRINCIPAL
A partir de 1983, o palco principal da Califórnia passou ser neste local, ou seja, por questões de logística e deslocamentos, a organização do festival resolveu transferir do Cine Pampa no centro da cidade para a “Pastoril” todas as apresentações artísticas.
Colaboração da pesquisa do amigo Jaime Ribeiro e do primeiro prefeito da cidade de lona o sr. Aderson Vargas.
Pesquisa publicada por Cesar Tomazzini Liscano em seu sítio Facebook: https://www.facebook.com/cesartomazzini.liscano
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