terça-feira, 28 de setembro de 2021

Cantores tradicionalistas falam sobre o impacto da pandemia nos shows e bailes durante setembro

Considerado o mês Farroupilha, setembro era marcado pelo aumento de apresentações do gênero


Na segunda-feira, 20 de setembro, foi celebrado o Dia do Gaúcho. A data é relacionada a Revolução Farroupilha e o mês sempre foi marcado pelos acampamentos, bailes e shows voltados para os tradicionalistas e nativistas. Por mais que as entidades tivessem atividades durante o ano todo, setembro sempre foi marcado pelo aumento de shows e ações para os amantes da cultura gaúcha.

Contudo, desde o ano passado, o cenário é diferente. Isso porque, devido a pandemia do coronavírus, todas as atividades foram suspensas em 2020. Não houve acampamentos e nem bailes no Rio Grande do Sul. Já em 2021 houve uma retomada em algumas cidades, mas respeitando os protocolos de distanciamento e sem a mesma quantidade de pessoas e eventos de anos anteriores.

De 22 shows para oito

Anderson Oliveira tem 37 anos e faz parte do Grupo Charla Pampeana

Anderson Oliveira tem 37 anos e hoje faz parte do grupo Charla Pampeana. Ele conta que, em 2019, fez 22 apresentações e que a média sempre era de, no mínimo, dez shows no mês de setembro. Contudo, em 2020, o artista participou apenas de eventos on-line e, esse ano, fez oito shows. Com isso, o impacto financeiro e psicológico foi intenso – assim como para outros tradicionalistas.

Contudo, esse momento criou laços de solidariedade para ajudar quem mais ficou carente com a pausa dos shows. “Muitos colegas, que passaram por necessidades, foram acolhidos por uma corrente do bem. Artistas e colegas somando forças para levar alimentos e demais necessidades. A pandemia nos trouxe muitos saberes, uns mais doloridos outros transformadores”, salienta Oliveira.

Um impacto drástico

Eliandro Luz faz parte do grupo Oh de Casa e tem carreira solo

Já para Eliandro Luz, que faz parte do grupo Oh de Casa e tem a carreira solo, o impacto dessa pausa foi drástico. “O nicho da música gaúcha já trabalhava de forma precária no que diz respeito a valores. A concorrência era desleal e os preços defasados. Mas ainda sim setembro servia para dar uma equilibrada financeira dentro das empresas que fornecem músicas aos eventos”, pondera o alvoradense.

Para o artista, a Covid-19 piorou o que já estava complicado e o retorno ainda depende de vários fatores. “Não consigo enxergar a normalidade em menos de dois anos. Não é ser pessimista. Mas como citei, o mercado já não vinha tão forte. Já não havia segurança para o trabalho artístico musical gaúcho. Até as casas e entidades que promovem eventos reconstituírem suas forças, ainda levará um bom tempo”, enfatiza Luz.

Perspectivas de um novo normal

Leandro Berlesi é muito conhecido

Pelo seu trabalho nos Centros

De Tradição Gaúcha

Já Leandro Berlesi projeta um retorno mais próximo da data em que circula esta edição. “Acredito que até o final do ano teremos o que chamamos de ‘normal adaptado’, e até março de 2022, teremos de volta à normalidade. Antes da pandemia eu tinha uma média de 20 trabalhos em setembro, entre shows, bailes e rodeios. Em 2020 caiu para 05 e neste ano tive uns 10 eventos. Sinal de que estamos voltando”, ressalta o alvoradense. 

O artista é muito conhecido pelo seu trabalho nos CTG’s e afirma que a pandemia afetou o setor. “O impacto foi muito grande, pois nossos eventos dependem muito da dança e do contato físico, por conta dos bailes e rodeios. A impossibilidade do contato inviabilizou a maior parte da nossa atividade. Os CTGs e seus grupos de dança praticamente acabaram, e agora lutam lentamente por um recomeço”, conclui Berlesi. 

Fonte! Chasque publicado nas páginas do Jornal A Semana de Alvorada (RS), edição do dia 24 de setembro de 2021. Também acessível nos potreiros da Internet. Abra as porteiras clicando em  https://www.jornalasemana.net/

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