Domingo 21 de junho, deu início ao inverno no
hemisfério sul, período em que no sul do sul, a geada vem para matar pragas no
campo e adoçar as bergamotas.
Das pragas mais comuns que o inverno inibe no gado é
o carrapato, em contrapartida na agricultura não inibe outras tantas que
fomentam o uso dos agrotóxicos responsáveis pelo envenenamento dos alimentos,
da terra e das águas.
De qualquer sorte o inverno como as demais estações
do ano tem seu bônus e ônus, aqui o frio não perdoa, mas o canto dos Demônios
da Garoa, popularizaram que Deus dá o frio, conforme o cobertor, ditado correto
pois numa visão erga omnes, se
compararmos por exemplo a nossa região com a nordestina, lá também é inverno,
mas a temperatura não será menor que 25 graus, enquanto aqui já passou do zero
grau negativo.
Os madrugadores de sempre, que durante toda a semana
acordam ás 4, ás 5, ás 6 horas para trabalhar, nos domingos ou feriados talvez
não levantem ficando um pouquinho mais na cama quente, que lhes expulsará pelo
abito, daí é saltar, lavar a cara, fazer o fogo, bem provável batendo os tições
da noite passada, que ainda fumegam na lareira pelo pai de fogo de angico, que
não se entrega assim no mais.
E bueno, existe ainda os que tem o fogão a lenha,
que estando bem de gravetos, logo arderão as estilhas de acácia negra ou
eucalipto, aquecendo água e alma, levando pra o céu, o cheiro da terra madre,
porém ainda temos e em muito maior número, os que se aquecem com gás ou
eletricidade, nos fogões e nos aquecedores de ar, instalados nos apartamentos.
Mas não importa a forma da qual comungamos com o
inverno, se a lenha, a gás ou a eletricidade, o que vale é que a água do mate
ou do café não ferva, para não queimar a erva ou o pó, que dão um gosto de
coragem, mantendo nossos espíritos firme, confortando o corpo, deixando a mente
atenta as coisas salutares da vida.
Depois de sorver o mate, o café, a quem pigarreie um
pito, como diz o verso do nosso Leonardo
– Jader Moreci Teixeira, “o pito que eu pito envolto na palha do milho que é
ouro, espalha no céu a fumaça com o
cheiro da terra que eu vim”....
Aos que perambulam no frio, nas ruas, por certo
sentirão o aroma das chaminés, brotando saudade das casas velhas, da infância,
da juventude, onde nos fornos, assavam pães, pinhão, amendoim, linguiça e carne
de todos os tipos, amenizando o inverno com o calor do coração, num domingo
qualquer em família, que devíamos cultuar em todas as estações.
Para pensar: O
inverno nos une pelo frio fazendo calor humano!
Fonte! Chasque Regionalismo por Dorotéo Fagundes de Abreu, edição desta semana
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