"Para o futuro, o músico projeta o lançamento de seu novo álbum, que já está em produção" (Foto: Guilherme Wunder) |
Isso porque, em 2003, durante a 32ª Califórnia da Canção Nativa, Leandro Berlesi escreveu a música ‘Beira d’Estrada’, que foi uma das finalistas e está disponível no álbum daquela edição do festival. Contudo, essa não foi a primeira vez que o alvoradense foi até Uruguaiana para acompanhar a Califórnia. Onze anos antes ele havia viajado com amigos para acompanhar o evento.
Ele conta que sempre ouviu falar que os clássicos vinham de Uruguaiana e por isso foi até lá para assistir o festival. “Onze anos depois daquele festival, eu inscrevi uma música na Califórnia. O nosso trabalho era inovador e, mesmo sem sermos premiados, nós recebemos coisas que valiam muito mais. Fomos elogiados por nomes como o de Colmar Duarte, que é um dos criadores do festival”, salienta Berlesi.
Segundo o cantor, a música inscrita era o primeiro xote cantado e sem gaita que havia participado da Califórnia da Canção Nativa. Além disso, o grupo optou por fazer uma espécie de teatro em cima do palco. Isso porque Berlesi não apenas cantou, mas também atuou na música ao lado de outros integrantes. Tudo isso para entregar um produto diferente dos outros.
Ele conta quando veio a ideia de atuar na canção ao invés de apenas canta-la. “A nossa música era muito diferente e fugia do padrão. A gente levou um xote que contava uma história com início, meio e fim. Era um conjunto de coisas que as pessoas acharam interessante para aquela edição da Califórnia. Foi depois da primeira fase que decidimos representa-la ao invés de apenas cantar”, explica o alvoradense.
Apesar de não ter vencido a Calhandra de Ouro, a música está no álbum e isso é motivo de orgulho para o compositor. “Essa Califórnia teve duas classificatórias antes e nós passamos pelas duas. Então, quem chegou em Uruguaiana, já estava no CD. A Califórnia faz parte da história da música gaúcha e, se um dia, alguém escrever um livro sobre isso, o nosso nome estará na história da música do Rio Grande do Sul”, confessa o cantor.
Depois de estar entre os finalistas, o reconhecimento dentro do meio foi imediato. Berlesi explica que o seu público e trabalhos, principalmente envolvidos com invernadas, cresceu muito após o festival. Em Alvorada, o músico foi considerado o destaque da cidade e recebeu a medalha da Prefeitura e do MTG. Isso no final daquele ano de 2003.
Contudo, mesmo antes desse reconhecimento, o artista vive exclusivamente da música. Ele começou a tocar em CTG’s em 1998 como um trabalho paralelo, mas desde 2000 Berlesi vive somente da música. Isso tocando em bailes, apresentações de invernadas e em eventos e estabelecimentos comerciais. Isso mesmo na pandemia, onde tocou durante bastante tempo no Max Center.
Só que, mesmo assim, o impacto da pandemia foi enorme. “No dia 15 de março eu participei de um festival, um baile e dois rodeios. Depois disso parou tudo e todas as atividades foram canceladas. Com isso, houve alguns exemplos de CTG’s que seguiu pagando seus músicos, mas nem todos tem condições. O que me salvou na pandemia foi tocar no Max Center”, relata o alvoradense.
Para o futuro, o músico projeta o lançamento de seu novo álbum – algo que não acontece há 14 anos, quando ainda estava no grupo Beira d’Estrada – que já está em produção. “Eu vou estar vivo quando acabar a pandemia. Posso estar mais magro, mas estarei vivo e com CD novo. Vivo eu nem tenho tanta certeza (risos), mas certamente com um CD novo”, finaliza Berlesi.
Fonte! Chasque publicado nas páginas do Jornal A Semana de Alvorada (RS), edição do dia 24 de dezembro de 2020. Também acessível nos potreiros da Internet clicando em http://www.jornalasemana.net/noticias/cultura/o_alvoradense_que_tem_sua_musica_em_um_album_da_california_da_cancao_nativa/9107
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