“PARAR RODEIO”!
Parar rodeio é a ação de se
juntar todo o gado de uma invernada em um certo lugar já determinado. Os
antigos tinham por hábito assinalar o local do rodeio cravando um pau alto e
nele dependuravam um couro; também servia para chamarisco do gado.
Para um pelado de rodeio era
escolhido sempre um lugar plano e no alto de uma colina. Em uma invernada de 10
ou 20 quadras podia haver dois rodeios. A finalidade do rodeio era para se
revisar o gado, dar sal, curar os abichados e terneiros recém-nascidos, como
apartar, se fosse necessário, com auxílio do sinuelo.
De preferência os rodeios
eram tocados ao clarear do dia. Ao chegarem na invernada o patrão ou capataz
distribuía o pessoal. Cada um saía para um costado; nada de dois peões juntos.
Salvo, em casos difíceis, como tirar um boi da manheiro do mato, sanga ou
lagoa. O gado era levado para o rodeio às portas, tocado aos gritos de peões e
cachorros.
Cerrado o rodeio, o patrão
determinava a peonada. Dois ou três dos mais moços ou guris ficavam encarregados
de atacar o rodeio. Aos mais campeiros, tocava de laçarem as reses abichadas.
Dois gaúchos boleavam a perna, maneavam seus cavalos e, a pé, preparavam-se
para curarem as bicheiras dos animais que eram trazidos ou afastados no laço
até ao seu alcance. Os curativos eram feitos com creolina, vinda em vidros
retovados de couro, e esterco de cavalo seco e esfarelado, trazido em uma
sacola feita de um cano de bota. Com ambos na palma da mão, faziam uma massa
que era introduzida nos buracos da bicheira, os ferimentos e no umbigo dos
abichados.
O sal era levado em uma
carrocinha de cincha puxada por um piá a cavalo. Era distribuído ao gado em
pequenos montes depositados no pasto, distanciados um do outro de dois corpos
de animal, formando um grande círculo; isto depois de terminado o serviço no
rodeio. Ao abandonarem o rodeio, os gaúchos apartavam, os animais cujas
bicheiras fossem de gravidade para serem, com mais atenção, cuidados no
potreiro. Hoje em dia, não se costuma mais parar rodeio para costeio, porque o
gado é levado a cada 12 ou 15 dias para a mangueira a fim de ser banhado.
Atualmente há outra
interpretação da palavra rodeio. As vezes os jornais trazem estampados:
"Grande Rodeio em Vacaria ou Alegrete"- estes rodeios diferem do que
acima foi descrito. São espetáculos festivos apresentados nas cidades, a fim de
demonstrar ao público cenas gaúchas verídicas, proezas que eram realizadas nas
estâncias e nos campos. Este tipo de rodeio é criação dos americanos.
Porém, deve, entre nós, ser
apreciado e mantido com entusiasmo. Nestes espetáculos o povo pode avaliar a
perícia e costumes tradicionais de que eram capazes os gaúchos.
Parabéns São João
do Sul pelo XXV Rodeio do CTG Porteira Catarinense, estive por lá e gostei
muito do que vi, obrigado pela receptividade, em especial ao Maiquiu, do
Informativo Regional.
Domingo tem mais
“Chimarreando com casca e tudo” – 106.1 FM – Rádio Maristela de Torres – Te
aprochega tchê!
Fonte! Chasque de autoria de Ricardo "Casca" Pereira, publicado nas páginas do Jornal Informativo Regional, da cidade de São João do Sul - SC, na sua coluna "Chimarreando com Casca e Tudo", na edição do dia 28 de março de 2019.
Ricardo também produz e realiza o programa gaúcho "Chimarreando com
Casca e Tudo", aos domingos, na Rádio Maristela FM, da cidade de Torres,
das 10 às 13h. Sintonize abrindo as porteiras clicando em www.radiomaristelafm.com.br.
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