“Se não posso ajudar, atrapalho!”Segundo Barbosa Lessa: "Tradicionalismo é o movimento popular que visa auxiliar o Estado na consecução do bem coletivo, através de ações que o povo pratica (mesmo que não se aperceba de tal finalidade) com o fim de reforçar o núcleo de sua cultura: graças ao que a sociedade adquire maior tranquilidade na vida comum", por tanto cabe a nós uma reflexão sobre as nossas atividades pela tradição.
Não é preciso sermos tradicionalistas de fato para lutarmos pelo bem comum através das tradições gaúchas, basta colaborarmos.Cito como exemplo de pessoas que trazem o tradicionalismo na alma e não nas roupas, o político que reconhece o valor de uma festa campeira, de um festival ou de um simples fandango em sua comunidade. Proporcionar o lazer e a cultura são deveres dos administradores públicos, embora não participando ativamente destas atividades descritas. Da mesma forma, aquele vizinho de CTG que não interfere nas atividades da entidade com o intuito de prejudicá-la, intrinsicamente está sendo um incentivador.
Mas temos que entender que nem toda a comunidade é obrigada a pensar como Lessa, e cabe a nós respeitar, desde que também sejamos respeitados. O que me dói como tradicionalista é ver outros “tradicionalistas” lutando contra o sucesso destas atividades que “auxiliam o estado na consecução do bem coletivo”. Muitas vezes por mágoas, desavenças e até ciúmes. Vergonhoso, parecendo até irreal muitas vezes, sendo difícil imaginar que pessoas que doaram seu suor por uma entidade de repente passem a denuncia-la, difama-la e simplesmente apagar o seu passado de suor tradicionalista, pelo presente e futuro da escuridão da vingança.Ao entrarmos dentro de um CTG vemos invernadas de danças e campeiros, jovens e adultos lutando pela tradição, pelo bom convívio, pelos valores morais e principalmente pela continuidade através de nossas crianças. Quem não se emociona ao ver uma prendinha declamando, um peãozinho laçando, um casal mirim dançando, por certo não tem o Rio Grande no peito.
Mas quem usa seu tempo e influencia para destruir entidades, que fomentam justamente o amor a esta terra e o bem comum do estado, tem no peito uma pedra, negra e odiosa, onde nada mais importa, nem crianças, nem adultos, estado e muito menos a tradição. Restam a estes a verdade que a história sempre trás, e tomara que a expulsão de qualquer quadro tradicionalista.
Fonte! Chasque / coluna do Jeandro Garcia, publicado no Correio de Gravataí, edição de 29 de abril de 2016
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