Mais uma vez estamos em tempo de Expointer que acontece
no inverno com gosto de primavera que nos chegará em 23 de setembro. Esta feira
colossal, deu-se início em 1901, já nasceu grande lá no Menino Deus em Porto
Alegre e ficou maior, vindo acampar por definitivo no Parque Assis Brasil, em
Esteio desde 1972.
Dizer que por aqui passa tudo que representa a glória do
Ser Gaúcho parece chover no molhado, mas não, porque a produção rural se renova
com as safras, logo não estaremos dizendo do passado e sim do presente Campeiro
que vem garantindo nossa balança comercial, de uma feira que acontece com ou
sem governos, com crises ou ainda melhor sem elas, como é o caso do campo,
setor que felizmente vem tendo suas compensações, apesar dos insumos nunca reduzirem.
Assim uma força extraordinária material e espiritual se plasma
em Esteio, no parque de 141 hectares, com 45.300 metros quadrados de pavilhões
e 10 mil vagas para estacionamento, reunindo mais de meio milhão de pessoas, entre expositores, técnicos,
imprensa, autoridades, convidados especiais e público em geral para curtirem em
exposição: 151 raças de
animais; Julgamentos e leilões; Desfile dos Campeões; Show de Máquinas; Feira
de Agricultura Familiar, de artesanato, de maquinários e tecnologia; Palestras
Técnicas; Concurso Freio de Ouro; Troféus e Prêmio de Melhores da Terra;
Atrações Culturais - Shows diários de música,
dança, apresentações folclóricas, apresentação de bandas marciais e o Bolevar, uma área de sociabilidade de bares
e restaurantes com música ao vivo que promove um belo festival gastronômico
típico.
Apesar de o Rio Grande do Sul ter pouco mais que 200
anos, a pujança exibida aqui, marcará no ano que vem 400 anos da formação de um
ser miscigenado remanescentes de tribos guerreiras habitantes da pampa,
cruzados com os moços perdidos de Buenos Aires, nômades, hábeis cavaleiros,
campeadores, extremamente valentes, desprendidos de tudo, inclusive da vida,
valorosos, leais e hospitaleiros, finalmente reconhecidos e chamados de Gaúcho.
Soma-se nessa resultante biológica, todas as demais
etnias chegas no cone sul americano nos dois últimos séculos, formando o gaúcho
de agora que atavicamente, apresenta comportamento psicológico desde a vocação
agrícola do tape, à agressividade charrua e minuano, à paz espiritual e
pecuarista do guarani, ao aventurismo bandeirante.
É JUSTO DIZER que o gado e o cavalo vieram antes do
gaúcho, e se esses não tivessem existidos, nós seriamos qualquer coisa menos
gaúchos, uma estirpe que carrega no peito um estado de espírito permanente de
amor a terra e de liberdade, que fez chegar até nossos dias além do ser, usos e
costumes, cultura literária e musical a lembrar de nossos ancestrais e suas
bravatas. Marco Aurélio Campos, quando escreveu “EU SOU GAÚCHO E ME BASTA PRA
SER FELIZ NO UNIVERSO”, não tratava de prepotência e sim de alguém definido,
resolvido no mundo. Por isso a EXPOINTER
sempre será um grande espetáculo!
Fonte! Chasque semanal "Regionalismo", por Dorotéo Fagundes de Abreu.
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