Caros leitores, com muita satisfação relato que mais uma vez a
Cavalgada Farroupilha aconteceu com sucesso, sendo um evento cívico, cultural
que atingiu maturidade, na 23ª edição, integro nos seus propósitos, cívico por
cultuar nossos heróis e cultural por gerar rotas de turismo histórico, filmes
documentários e livros sobre a vida dos homenageados.
Contando com o elogiável patrocínio da CELULOSE RIOGRANDENSE, SICREDI
e PREFEITURA de PELOTAS, com apoio das
FERRADURAS POTRO, VINHOS LANCEIRO NEGRO, CABANHA BARAÚNA de São Lourenço do
Sul, ESTÂNCIA CORONILIA em Piratini, PREFEITURA de CERRITO, FAZENDA da AMIZADE
em Capão do Leão, CTG THOMAZ LUIS OSÓRIO, UNIÃO GAÚCHA e ESTÂNCIA DA GRAÇA de
Pelotas, da MAÇONARIA Gaúcha, dos Programas GALPÃO do NATIVISMO da Rádio
Gaúcha, GAUCHESCO & BRASILEIRO do STC, desta coluna e por consequência
deste veículo, tudo correu magnificamente.
Assim com a graça de Deus, o evento teve iniciou em Piratini na
Estância da Coronilha, passando pelos campos de Pedro Osório, Cerrito e Capão
do Leão, findando em Pelotas, na Estância da Graça, onde está enterrado o
umbigo de João Simões Lopes Neto, que pelos 150 anos de nascimento neste ano,
vem tendo várias atividades e dentre elas, essa cavalgada que vai fazendo
pátria e semeando cultura, cumprindo fielmente os propósitos da instituição
promotora, batizada de Instituto Cavaleiros Farroupilhas.
O trajeto materializou a imaginação de Simões Lopes na escrita do
conto TREZENTAS ONÇAS, que mostra de forma espetacular o caráter do Gaúcho no
personagem Blau Nunes, cheio de coragem, dignidade e campeiríssimo, que partiu
de Pelotas rumo a Piratini, para buscar uma tropa e no caminho, por uma
sesteada em descanso, esqueceu a guaiaca com o pagamento da encomenda.
O tropeiro ao chegar para uma pousada na Coronilha, deu-se por conta
que estava sem a guaiaca que dormira numa pedra na encosta do Rio Piratini, no
passo Novo, onde imediatamente voltou em polvorosa, passando por uns cavaleiros
na estrada, para recuperar seu extravio e não conseguiu, porque aqueles
andantes já o tinham encontrado.
O insucesso da sua empreitada, naquele instante, por ser um homem de
princípios, pensou em se matar, pondo fim a vergonha que lhe invadiu o peito,
mas como um homem de lei não foge da raia, retomou a galope para a Coronilha,
decidido assumir a responsabilidade do erro, vendendo tudo que tinha para
honrar o prejuízo com seu patrão.
Quando apeou novamente na Coronilha e adentrou na sala da Estância, se
deparou com aquele grupo de andantes e viu, encima da mesa, como se fosse uma
cobra enrodilhada, seu pertence com as trezentas moedas de ouro que lhe foram
devolvidas.
Esse episódio revela o espírito honesto do ser Gaúcho de antanho, que
os Cavaleiros Farroupilhas e os homens de fundamento desta terra, tanto
preservam e respeitam.
Por isso nestes tempos de muita falta de vergonha das elites no
Brasil, que corrompem homens e instituições, fomos cobrir este evento,
justamente para prosear com os simoneanos, conhecer e revelar tudo sobre o
ideal desse grande gaúcho heroico, nascido na Estância da Graça em Pelotas em 9
de março de 1865, que desencarnou aos 51 anos, em 14 de junho de 1916, deixando
um legado maior do que qualquer Copa do Mundo.
Para pensar: Quando se quebram princípios o dano prejudica
gerações!
Fonte! Coluna Regionalismo desta semana, por Dorotéo Fagundes de Abreu
Nenhum comentário:
Postar um comentário