domingo, 28 de novembro de 2021

Estes foram os Muuripás

Os Muuripás estão para os grupos folclóricos gaúchos assim como Pelé está para o futebol, como Airton Senna está para o automobilismo, ou seja, são ícones, fora-de-série, daqueles que aparecem de cem em cem anos. Tive a honra de, quando cheguei em Porto Alegre, assistir a diversas apresentações destes dançarinos que escolheram a cultura riograndense para expressar sua arte. Hoje, sou amigo e confrade na Estância da Poesia Crioula de José Machado Leal, criador e diretor do Grupo. Abaixo, um pouco da história dos Muuripás.   


Os bailarinos dos Muuripás davam um verdadeiro espetáculo a cada apresentação. Chula, malambo, dança-dos-facões (foto), eram dançadas com elegância, altivez, e uma habilidade pouco vista. Tudo pesquisado, resgatado e aplicado com muito afinco. A maioria dos componentes moravam juntos e "respiravam" os Muuripás. Foi o primeiro, e talvez único, corpo de danças gauchescas profissionais do Estado.

Os Muuripás foi fundado a 22 de agosto de 1971, para estudar, pesquisar e desenvolver artisticamente - em forma de recitais, palestras e espetáculos - os motivos tradicionais e folclóricos da terra e do homem gaúcho, foi um dos mais aplaudidos elencos de projeção folclórica do Sul. 

O nome Muuripás, que na língua do branco quer dizer venturoso, os que têm sorte, surgiu de uma lenda guarani. Para chegar a muuripá o guerreiro escolhido deveria cumprir provas de astúcia e valentia ao longo dos sete caminhos da morte, que ofereciam peripécias na mata virgem, na correnteza dos rios, na caverna dos espíritos e até mesmo no campo aberto.

O retorno vitorioso deveria acontecer ao término da sétima lua. Se assim não ocorresse, estaria frustrado o desejo e a honra do jovem índio de se tornar um muuripá.

Vencidas todas as provas, ele era conduzido e aclamado pelos caminhos que levavam aos acampamentos da grande tribo. Lá recebia a boleadeira de pedra, símbolo da astúcia e da valentia. Depois, em grande cerimônia, era marcado na fronte do guerreiro - com fogo e erva sagrada - o emblema da lua nova, para que fosse o seu enigma de ventura e boa sorte, tanto na paz como na guerra. Cumprida a cerimônia, o novo muuripá passaria a integrar a elite guerreira da sua tribo, recebendo como prêmio sete virgens, que, por sete dias o divertiriam e lhe dariam prazer.

Conta-se que Sepé Tiaraju teria sido o último dos "muuripás" e, como os outros, também receber seu prêmio.

Eram quarenta artistas do melhor nível reunidos em dois grupos de trabalho. O Grupo Arte-Pampa com os mais experientes músicos, cantores, bailarinas e sapateadores da querência; O Grupo Arte-Nova com seu elenco jovem - cor, técnica e perfeito trabalho de equipe. Eram visionários pois, o que muitos fazem hoje nas "aberturas" e "saídas" do ENART, eles já o faziam sem tanta pirotecnia, ou seja, mantendo sempre a autenticidade. Na foto acima o grupo musical e o diretor dos Muuripás, José Machado Leal, que abria o espetáculo recitando um poema.

Em 15 anos, Os Muuripás levou seu trabalho a todos os cantos do Rio Grande; atuou nas principais capitais brasileiras; andou por Montevideo, Buenos Aires, Assunção do Paraguai e Cordilheira dos Andes.

APRESENTAÇÃO TÍPICA DOS MUURIPÁS: ABERTURA: texto do apresentador, pratos, percussão. A LENDA DOS MUURIPÁS: narrativa, encenação, efeitos. FEITIÇO ÍNDIO: canto e dança. TEMPO PRESENTE: narrativa, El Condor e Glosa dos Muuripás. PRIMEIRO QUADRO DE DANÇAS: Pampeana, Chimarrita Balão, Roseira, Tirana, Balaio, Facões. CORTINA MUSICAL: Canto de Aurora, Amargo, Poesia. FOLCLORE CASTELHANO: Carnavalito, Escondido, Quebrada, La Doble, Malambo, Boleadeira. SEGUNDA CORTINA: Potro Sem Dono, Mochilas de Amor, Ponte Serrada. TERCEIRO QUADRO DE DANÇA: Maragato, Anu, Tatu Novo, Chimarrita, Tatu Velho, Chula. ENCERRAMENTO: Adeus Priminha, palavra de agradecimento, Pampeana dançada, despedida dos artistas.

Tudo começou na Faculdade dos Meios de Comunicação da PUC, quanto o então aluno José Machado Leal (na foto com este blogueiro) apresentou o trabalho "Folclore é coisa de arte ou coisa para grosso?", que veio mais tarde a ser publicado pelo Jornal da Famecos.

Leal criava seu próprio grupo dentro do que se propunha no trabalho de aula e já em fevereiro de 1972 "Os Muuripás" conquistava seu primeiro troféu como "Campeão Artístico do IX Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria".

Começavam aí os trabalhos práticos do conjunto, pois até então tinham sido realizadas pesquisas e estudos sobre o movimento folclórico que se esboçava no Rio Grande do Sul, a partir de 1948, com a criação do 35 CTG e o trabalho da equipe de alunos do Colégio Júlio de Castilhos, liderada por Paixão Côrtes.

Fonte! Chasque de autoria do meu amigo Léo Ribeiro de Souza, publicado no seu sítio – Blog do Léo Ribeiro, no dia 20 de novembro de 2014. Abra as porteiras clicando em: http://blogdoleoribeiro.blogspot.com/2014/11/estes-foram-os-muuripas.html?fbclid=IwAR2OFu2-7EHEAqGfQDs2cZXulgl3EzA13zFYuVex7yXqBiHkOzjIR_Ox8CM

sábado, 27 de novembro de 2021

Jaguarão: Artista leva o nome do município para além da fronteira


Escritor Hélio Ramirez escreveu livros sobre aspectos do município e região. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além de estar presente nas ruas e monumentos do município, a cultura de Jaguarão também ganha visibilidade em toda a região, por meio de diversos artistas, que se destacam pelas poesias, escritas e música.

Um exemplo é o escritor Hélio Ramirez, que já publicou diversos livros, utilizando a paixão pelas letras. O primeiro foi a “Biogeografia da Bacia do Rio Jaguarão” que resgata aspectos da flora, fauna, geologia e do meio ambiente da importante bacia hidrográfica. E não parou nesse livro. Em seguida vieram as obras: “Lendas do rio Jaguarão” (Legendas del rio Yaguaron), com edição bilíngue e tradução para o espanhol realizada pelo Dr. Juan Pedro Alvez Suárez e Carina Lopes, “O olhar dos viajantes”, que trata da paisagem da zona sul do estado no século XIX, sob o olhar de viajantes europeus, e “Cactaceas Nativas de Jaguarão”, em parceria com Renan Pittela.

Para Ramirez, escrever é uma necessidade. “Eu não posso ficar com esses conhecimentos só para mim. Tenho que compartilhar com os outros. Escrever livros é uma forma de repartir o que aprendi. A leitura é uma forma de libertação. Ela nos transforma. Uma pessoa que lê tem capacidade de discernimento. Ver nas coisas o que é verdade ou mentira. Infelizmente, hoje as pessoas estão presas demais às mídias eletrônicas, que nem sempre falam a verdade, ou tratam de assuntos sérios com superficialidade”, disse.

O escritor ainda citou dois nomes que traduzem seu pensamento sobre a literatura. O grande poeta Castro Alves, segundo ele, resume em versos o que pensa sobre livros quando diz: “Oh! Bendito o que semeia/ livros à mão cheia/ E manda o povo pensar!/ O livro, caindo n’alma/ É germe – que faz a palma, É chuva- que faz o mar”.

Outro é o filósofo, matemático e escritor inglês, ganhador do Nobel de Literatura, Bertrand Russel, que, em referência à filosofia disse: “Devemos estudar não a fim de se obter uma resposta definitiva para suas perguntas (…) mas pelas perguntas em si; porque elas ampliam nossa concepção do que é possível, enriquecem nossa imaginação intelectual e diminuem a segurança dogmática que fecha a mente para a especulação”. Isso, Ramirez aponta que considera no hábito de ler.

Fonte! Chasque (post) publicado no sítio oficial do Jornal Tradição, no dia 21 de novembro de 2021. Abra as porteiras clicando em:  https://www.jornaltradicao.com.br/jaguarao/cultura/jaguarao-artista-leva-o-nome-do-municipio-para-alem-da-fronteira/?fbclid=IwAR0laQ_Ee1RVb6quBoTyiwsSMD3cPrH0_gGYy_CcKDO7kORl6vdyC7kElSk

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada (RS): 26/11/21

 FANDANGO DA SUBCOORDENADORIA

            No dia 04 de dezembro, as porteiras do galpão de eventos do CTG Sentinelas do Pago vão ser escancaradas para o grande baile de confraternização e encerramento do ano de 2021 da Subcoordenadoria do Tradicionalismo de Alvorada, em parceria com as entidades tradicionalistas locais, onde, na programação teremos: a entrega do Destaque Cultural 2021; a entrega da premiação Parceiros Tradicionalistas 2021 e o grande baile gaúcho que terá a animação de Moisés Oliveira e seu conjunto e o Grupo Eco do Pampa. Reserve desde já o seu barril de chopp e terás em tua mesa uma chopeira. Contatos com o Subcoordenador Jair Martins pelo fone waths (51) 999.994.513 ou com Marta Beyer pelo fone waths (51) 993.832.772

CTG RAÇA GAÚCHA

         No último sábado, dia 20 de novembro, o CTG Raça Gaúcha promoveu um brechó em prol da construção do galpão. E hoje, dia 26 de novembro, às 19h30, o CTG promove uma palestra com o tema “as diferentes formas de bullyng”, com Bruna Carneiro. Informações com Jane Flores pelo (51) 991.111.264. O CTG fica na Rua Aimoré (H), 255, no Bairro Maria Regina.

CTG ALMA CRIOULA

         Amanhã, dia 27 de novembro, teremos um grande fandango de retorno às atividades tradicionalistas no galpão de eventos do CTG Alma Crioula. Na animação teremos o Grupo Matizes. Ingressos a R$ 20,00, antecipados e limitados. Reservas pelo Pix CNPJ 90.298.795/0001-59. Na portaria, o ingresso custará R$ 25,00. Informações e reservas pelo fone waths (51) 999.446.873. É obrigatório o uso de máscara e apresentação do comprovante de vacinação (Covid-19), conforme decretos vigentes. O CTG fica na Rua Frederico Dihel, 700, na Vila Elza, em Viamão.

CBTG REALIZOU CONGRESSO COM ELEIÇÕES

         Sábado, dia 20 de novembro, o galpão de eventos do CTG Vinte de Setembro de Curitiba, recebeu os tradicionalistas de todo o país, pois foi sede do 23º Congresso Brasileiro da Tradição Gaúcha, com a participação das federações tradicionalistas estaduais (MTGs). A CBTG (Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha) foi fundada em Ponta Grossa/PR, com o objetivo principal de congregar as federações tradicionalistas existentes em todo o país, em 24 de maio de 1987.

         Na pauta deste Congresso estava, entre outras, a Assembleia Geral Eletiva, onde foi reeleito como presidente, por unanimidade, o tradicionalista Roberto Basso (MTG-MT) e fazem parte da diretoria executiva da confederação: 

Elóis Felício Rodrigues – primeiro vice-presidente, do MTG-PR; 

Édison da Silva Fagundes – segundo vice-presidente, do MTG-RS; 

Marcileia C. Muller de Souza – primeira secretária, do MTG-MT; 

Patrícia Gameiro – secretária adjunta, do MTG-PC (Planalto Central); 

Odair Bighelini – primeiro tesoureiro, do MTG-MT e 

Moacir Kohl Filho – tesoureiro adjunto, do MTG-MS.

CTG BENTO GONÇALVES DA SILVA

         Sábado passado, dia 20 de novembro, tivemos o retorno com evento presencial no galpão do CTG Bento Gonçalves da Silva. Foi o grande baile de aniversário da entidade, que foi fundada no dia 21 de novembro de 1992. O idealizador e um dos tradicionalistas que mais lutaram na região do Bairro Americana em busca de fundar uma entidade tradicionalista foi o seu Sócrates Carvalho de Oliveira, um exímio trovador e o idealizador do Festival Alvorada da Trova Gaúcha. Nós do Jornal A Semana felicitamos o CTG Bento Gonçalves da Silva pelo seu natalício, onde no dia 21, festejou seus primeiros 29 anos em prol da cultura do Rio Grande. 

        Fonte! Chasque (coluna) de Valdemar Engroff, publicada nas páginas do Jornal A Semana de Alvorada (RS), na edição do dia 26 de novembro de 2021.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada (RS) - 20.11.21

 CTG AMANHECER NA QUERÊNCIA

        Hoje, dia 19 de novembro teremos o grande baile do 33º aniversário do CTG Amanhecer na Querência, a partir das 22h, tendo a animação o Gaiteiro das Missões e Cesar Xirú. Contatos com a patroa Shirley pelo fone waths (51) 991.387.443. O CTG fica na Rua Tramandaí, 76, no Jardim Alvorada.

         O CTG foi fundado no dia 19 de novembro de 1988, na sede da Associação dos Moradores do Jardim Alvorada (AMJA). A sede provisória foi o rancho do primeiro patrão, Vilson Alexandre. E assim, em seguida foram chegando as primeiras costaneiras e esteios para a construção do galpão e com o objetivo de arrecadar fundos, em 18 de dezembro foi realizada, na área da AMJA, a primeira festa campeira e o primeiro baile foi realizado no dia 8 de julho de 1989, no galpão do CTG Chilena de Prata, que foi gentilmente cedido e no dia 18 de setembro de 1989, o galpão foi inaugurado com um grandioso baile. Em abril de 1993, o CTG teve a sua filiação aceita no MTG/RS e em julho deste mesmo ano, sob o idealismo de Luiz Cláudio Dipp, foi realizado o "1º Festival Artístico, Cultural e Campeiro Guri", sendo o único evento na 1ª RT do MTG/RS, voltado exclusivamente às categorias Mirim e juvenil, que, hoje, junto com o "Amanhecer Artístico e Cultural Adulto e Chirú", é sem sombra de dúvida um dos maiores eventos artísticos e culturais de Alvorada e um dos maiores da 1ª Região Tradicionalista.

         O tradicionalismo de Alvorada, da 1ª Região Tradicionalista, de todo o Rio Grande e nós do Jornal A Semana, nos congratulamos com natalício do CTG Amanhecer na Querência, pujante entidade tradicionalista de Alvorada.

CTG AMARANTO PEREIRA

         Também hoje, dia 19 de novembro o CTG Amaranto Pereira vai realizar mais um jantar Pague & Leve com coxa-sobrecoxa assada, arroz, feijão e saladas de maionese e verdes, por apenas R$ 20,00 por pessoa. As reservas até o dia 18 com o patrão Orlando. O CTG fica na Rua Celso Lemes da Silva, 520, no Jardim Algarve.

CHASQUE DA SUBCOORDENADORIA

A Subcoordenadoria do tradicionalismo de Alvorada boleia a perna e te convida para uma roda de mate (conversa), que será no galpão de eventos do CTG Sentinelas do Pago no dia 20 de novembro, às 13h30min, onde teremos a honra de tem em nosso encontro o Sr. Jatir Cosme Delazeri, do Centro Cultural Gaúcho General Bento Gonçalves, que é o primeiro CTG dos Estados Unidos da América, onde foi o seu primeiro patrão. A entidade foi fundada em 20 de setembro de 1992. O CTG Sentinelas do Pago, que fica na Rua Porto Alegre, 216, no bairro Maria Regina

CTG BENTO GONÇALVES DA SILVA

         Neste dia 20 de novembro, o CTG Bento Gonçalves da Silva realizará grande jantar-baile do 29º ano de fundação. No cardápio galeto, arroz, feijão saladas de maionese e verdes. Na animação Carlinhos Santos e Leandro Costa, com participação de Vitor Gabriel. Valor do ingresso com janta R$ 20,00. O CTG fica na Rua Viamão, 1249, no Jardim Esplanada, bairro Americana.

CTG RAÇA GAÚCHA

         Neste dia 20 de novembro, o CTG Raça Gaúcha promove um brechó em prol da construção do galpão. Será na Rua Aimoré (H), 255, no bairro Maria Regina, das 10 às 16h. E no dia 26 de novembro, às 19h30, palestra no mesmo local com o tema “as diferentes formas de bullyng”, com Bruna Carneiro. Informações com Jane Flores pelo (51) 991.111.264.

        Fonte! Coluna Tradição e Cultura do Jornal A Semana de Alvorada (RS), edição do dia 19 de novembro de 2021, por Valdemar Engroff.