domingo, 5 de junho de 2016

TRIBUTO À MINHA TERRA!

Em maio marca o dia da fundação do município que meu viu nascer, lá no extremo oeste do Brasil, entre as Repúblicas Oriental do Uruguai e Argentina, banhada pelo lendário Rio Uruguai, surgiu a minha Uruguaiana, onde o Sol se inclina pra dizer adeus, como bem expressa o poema de Gonçalves Viana.

Sabe-se que no passado fora reduto de índios Charruas e Minuanos e foi parte das reduções jesuíticas pela Estância de Japejú, dos índios guaranis.

Em 1838 o General Farroupilha - Antônio de Souza Neto, acampou onde deu origem ao povoado Santana do Uruguai, na localidade hoje denominada Santana Velha, que em 1840 acometida por uma terrível enchente do Rio Uruguai, o Ministro do Interior e da Fazenda da República Rio-grandense – Dr. Domingos José de Almeida, autorizou o General Neto, mudar o povoado para um local mais seguro.

Assim o militar farroupilha levou as gentes da Santana Velha, para os campos de Manoel Joaquim do Couto, numa coxilha do Capão do Tigre, de onde não saíram mais e acabou se criando em 1843 a Capela Curada do Uruguai, que em 29 de maio de 1846 ganhava o nome de Uruguaiana, (ainda na categoria de vila como distrito do Alegrete), recebendo a categoria de cidade em 1874, onde em 1892 foram criados os três primeiros distritos, Quaraí, Caiboaté e Japejú.

De vocação pecuarista, o município foi crescendo, formando uma casta de nobres produtores rurais, torando a cidade um distinto polo econômico campeiro, lastreado no gado e na ovelha, tendo a lã se destacado tanto, ao ponto de a Cooperativa Vale do Uruguai, ter sido uma das mais importantes exportadoras de lã da América do Sul, para o mundo.

Na virada do século dezenove, começa aparecer em sua economia uma terceira fonte de riqueza rural, pela agricultura, que em poucas décadas transforma o município, até hoje, o maior produtor de arroz do Brasil.

Porém essa riqueza acontece e se desenvolve por um aspecto fundamental da cidade, que desde 1870, teve um belo cenário de fomento cultural privilegiado, por grandes instituições de ensino como os Colégios: União, Santana, Dom Hermeto e Colégio do Horto, e na sequência, em 1959 obtendo cursos superiores, o que não só mantinha seus filhos na terra, como recebia a fina flor das famílias de outras regiões do Estado e do País, como estudantes secundários e universitários.
Isso mostra que a sociedade habitada geograficamente no fim ou no começo da Nação, mesmo isolada dos grandes centros, não se curvou aos novos tempos, fez o seu tempo com cultura própria e economia forte, mostrando ao mundo a procedência de quem feliz nasceu a beira de um rio, sorrindo ao luar, na cidade fronteira do céu cor de anil, que tem a honra mais bela de ser sentinela do nosso Brasil. 

Parabéns e a benção minha terra, pelos 170 anos de história!


Para pensar: Todo homem vem ao mundo no lugar certo, não foi por acaso que eu nasci em Uruguaiana!

Fonte! Chasque semanal "Regionalismo", por Dorotéo Fagundes de Abreu.

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