Em maio marca o dia da fundação do município que meu
viu nascer, lá no extremo oeste do Brasil, entre as Repúblicas Oriental do
Uruguai e Argentina, banhada pelo lendário Rio Uruguai, surgiu a minha
Uruguaiana, onde o Sol se inclina pra
dizer adeus, como bem expressa o poema de Gonçalves Viana.
Sabe-se que no
passado fora reduto de índios Charruas e Minuanos e foi parte das reduções
jesuíticas pela Estância de Japejú, dos índios guaranis.
Em 1838 o General
Farroupilha - Antônio de Souza Neto, acampou onde deu origem ao povoado Santana
do Uruguai, na localidade hoje denominada Santana Velha, que em 1840 acometida
por uma terrível enchente do Rio Uruguai, o Ministro do Interior e da Fazenda
da República Rio-grandense – Dr. Domingos José de Almeida, autorizou o General
Neto, mudar o povoado para um local mais seguro.
Assim o militar
farroupilha levou as gentes da Santana Velha, para os campos de Manoel Joaquim
do Couto, numa coxilha do Capão do Tigre, de onde não saíram mais e acabou se
criando em 1843 a Capela Curada do Uruguai, que em 29 de maio de 1846 ganhava o
nome de Uruguaiana, (ainda na categoria de vila como distrito do Alegrete),
recebendo a categoria de cidade em 1874, onde em 1892 foram criados os três
primeiros distritos, Quaraí, Caiboaté e Japejú.
De vocação
pecuarista, o município foi crescendo, formando uma casta de nobres produtores
rurais, torando a cidade um distinto polo econômico campeiro, lastreado no gado
e na ovelha, tendo a lã se destacado tanto, ao ponto de a Cooperativa Vale do
Uruguai, ter sido uma das mais importantes exportadoras de lã da América do
Sul, para o mundo.
Na virada do século
dezenove, começa aparecer em sua economia uma terceira fonte de riqueza rural,
pela agricultura, que em poucas décadas transforma o município, até hoje, o
maior produtor de arroz do Brasil.
Porém essa riqueza
acontece e se desenvolve por um aspecto fundamental da cidade, que desde 1870,
teve um belo cenário de fomento cultural privilegiado, por grandes instituições
de ensino como os Colégios: União, Santana, Dom Hermeto e Colégio do Horto, e
na sequência, em 1959 obtendo cursos superiores, o que não só mantinha seus
filhos na terra, como recebia a fina flor das famílias de outras regiões do
Estado e do País, como estudantes secundários e universitários.
Isso mostra que a
sociedade habitada geograficamente no fim ou no começo da Nação, mesmo isolada
dos grandes centros, não se curvou aos novos tempos, fez o seu tempo com
cultura própria e economia forte, mostrando ao mundo a procedência de quem
feliz nasceu a beira de um rio, sorrindo ao luar, na cidade fronteira do céu
cor de anil, que tem a honra mais bela de ser sentinela do nosso Brasil.
Parabéns e a benção
minha terra, pelos 170 anos de história!
Para pensar: Todo homem vem ao
mundo no lugar certo, não foi por acaso que eu nasci em Uruguaiana!
Fonte! Chasque semanal "Regionalismo", por Dorotéo Fagundes de Abreu.
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