domingo, 7 de outubro de 2012

QUANTO VALE A HONRA DOS POLÍTICOS DE HOJE


Quando finda a eleição, período que em nome da democracia o processo revela quem, quando e onde os eleitos desenvolverão seus papéis, envolto no rol das promessas eleitorais ou eleitoreiras.

Promessas essas que anunciam solução de tudo pela política, do conserto dos buracos das ruas aos buracos dos dentes, da falta de segurança a construção de presídios, do abuso ao consumidor ao corte de gastos públicos, da questão do lixo ao funcionalismo, do transporte de carroça aos transportes de ônibus, do conserto dos colégios aos da orquestra sinfônica, da falta de energia a lei seca.

Na turbulência desse “nhenhenhen” (que no tupi quer dizer falar, falar, falar), ouve-se brados de redenção, de trabalho, de moralidade, de justiça, de liberdade, convictos de que tudo isso se compra em farmácia.

Ainda sobra grande espaço às acusações, ás denúncias, às calúnias, às injúrias e a todas outras práticas maquiavélicas de diminuição da honra de quem tem, ficando tudo no final por isso mesmo, os eleitos felizes esfregando os dedos e lambendo os beiços para servirem-se do banquete que está posto pelos que trabalham e os perdedores, se vão com a cola entre as pernas, prometendo voltar “em quatro” anos.

Tendo sido assim as eleições, um duelo de palavras vãs, muito diferente do tempo antigo quando alguém era ofendido, a honra ia para a ponta da espada.

Foi assim em 1843 entre Bento Gonçalves e Onofre Pires que ofendera pela imprensa Bento de ter mandado assassinar Antônio Paulo da Fontoura e ainda Onofre não atendeu um sinal maçônico de um irmão contrário ordenando sua execução, forçando Bento, indignado, desafiá-lo para um duelo, que culminou na morte do desafeto por gangrena nos ferimentos da espada do ofendido.

Outro exemplo de duelar pela honra foi em 1902 entre o Dr. Romaguera Corrêa (Intendente de Uruguaiana) e o Cap.Ten. Jorge Americano de Freire, (da guarnição do Itaqui e ex-chefe da Esquadrilha do Alto Uruguai) que acertaram as diferenças na ponta da espada, felizmente sem morte, apenas feridos.

Imaginem se depois das campanhas eleitorais vigente os ofendidos resolvessem limpar a honra à moda antiga? 



Entre eleitos e não eleitos, muitos não assumiriam o cargo e muitos não concorreriam nas próximas eleições. Seria uma limpeza natural, se os caráteres desses não fossem tão sem estirpe que nem para limpar a honra prestam.

Para pensar: Quem não tem honra não tem do que se ofender e limpar!

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 Fonte! Coluna Regionalismo nº 523, por Dorotéo Fagundes de Abreu, do dia 05 de outubro de 2012.

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