quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Empresa privada vai gerir o Parque da Harmonia


Projeto prevê a construção de estrutura para o Acampamento Farroupilha
Espaço recebe hoje, em média, 200 visitantes
Por  fim de semana /LUIZA PRADO/JC 
Até o final do ano, o Parque da Harmonia passará a ser administrado por uma empresa privada. O edital de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) foi publicado ontem, no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), para que, a partir dele, interessados possam apresentar seus projetos. O modelo de gestão ainda não está montado, mas uma das exigências estabelecidas pela prefeitura é que a nova administradora crie estruturas permanentes para o Acampamento Farroupilha, para que não seja necessário montar e desmontar todos os piquetes anualmente.

O prazo será de 30 dias para a apresentação de sugestões e outros 60 dias para análise interna da prefeitura das propostas e fornecimento de mais informações, prorrogáveis por mais 30 dias. Após esse período, será publicado o edital de licitação em si, para disputa pública, e correrão mais 120 dias, pelo menos, a fim de que a empresa ou grupo de empresas seja escolhida. A perspectiva é que, em setembro, já haja um desenho de como o parque funcionará.

Na gestão anterior da prefeitura, de José Fortunati, um edital de solicitação de manifestação de interesse chegou a ser publicado para buscar uma qualificação do Parque da Harmonia. Desse certame, foram apresentados dois projetos, um do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e outro dos gestores do Parque Gaúcho, um parque temático localizado em Gramado. Como nenhuma das propostas contemplava integralmente o que a prefeitura queria, a ideia acabou sendo deixada de lado por um tempo, mas, agora, está sendo resgatada pela gestão de Nelson Marchezan Júnior, sob nova roupagem.

Segundo dados da prefeitura, o Harmonia, que possui 17,5 hectares, tem um custo de quase R$ 600 mil por ano para o município, 95% disso sendo usado para folha de pagamento de servidores, sobrando pouco dinheiro para investimento. É sede fixa de dois eventos anuais, o Rodeio de Porto Alegre - realizado em março, que atrai 50 mil visitantes - e o Acampamento Farroupilha - em setembro, que atrai 1,3 milhão de visitantes. No resto do ano, porém, fica praticamente deserto - a média estimada é de 200 visitantes em cada fim de semana.

O diretor de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Parcerias Estratégicas, Randolpho Carvalho Fonseca, relata que o PMI publicado tem como base concessões de parques em todo o Brasil, como o Ibirapuera, em São Paulo. O objetivo é que o Harmonia seja o primeiro parque de Porto Alegre administrado por meio de concessão. O vencedor da licitação poderá propor atividades e estruturas para o parque, para dois estacionamentos localizados na avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), e administrará a concessão dos dois estabelecimentos existentes no espaço onde hoje funcionam a Casa do Gaúcho e o Galpão Crioulo. O administrador também deverá reconstruir a cancha de laço e reformar as churrasqueiras do local.

A ideia da prefeitura é que o Harmonia seja visto como uma continuação da orla do Guaíba, desenvolvendo o turismo em Porto Alegre e difundindo a cultura tradicionalista. Entre os potenciais de aproveitamento do espaço estão, conforme sugestões do município, realização de rodeios e exposições de animais; turismo de experimentação; circuitos e eventos gastronômicos; festivais de canções nativas; eventos tradicionais; instalação de lojas de artesanato; e replicação de eventos tradicionalistas do Interior.

Marchezan afirma que ainda não há modelo preestabelecido, e que os projetos podem, sim, envolver o cercamento do parque, desde que bem pensado. "Infelizmente, o cercamento, que seria uma segurança, muitas vezes, acaba se tornando um risco, porque faz com que o frequentador não tenha para onde correr, então a ideia é que o parque seja discutido em suas diversas questões", observa. Todas as propostas serão avaliadas e irão compor um projeto final, a ser licitado. A expectativa do prefeito é que o modelo seja replicado para a administração de outros parques e praças da cidade.

De acordo com o secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, os projetos deverão se basear em um tripé, formado por soluções de engenharia, viabilidade financeira e segurança jurídica contratual. "Esse conjunto de três estudos é o que se espera obter no PMI. Claro que a prefeitura fará análise e aperfeiçoamentos, mas esperamos promover um diálogo amplo a partir dessas propostas", ressalta. 
Fonte! Chasque de Isabella Sander, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, na edição do dia 15 de janeiro de 2019.

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