Em função do dia do hoteleiro nos nove de novembro, bem
que tentei saber dos primeiros hotéis no Brasil e aqui no Rio Grande do Sul,
mas não achei nada definitivo, há muita informação da rede hoteleira brasileira
do ponto de vista institucional e comercial, mas da história mesmo, nada
consegui aprender.
Então tive que por a imaginação ao serviço da história
para saudar os hoteleiros, indo lá no fundo do baú da memória sensitiva para
resgatar o que as pessoas no passado fizeram, até chegarem ao status do hotel
que concebemos modernamente.
Bom, convido a imaginarmos nosso Estado na virada do
século dezenove, em 1800, período que além dos nativos e de uma gauchada
baguala que ia se transformando pela criação das estâncias na lida com a
criação, do gado deixado nas Vacarias do Mar e de Los Pinhales, herança
jesuítica (na vacaria do mar, região de São José do Norte a Mostardas e de Los
Pinhales na serra, mais precisamente onde hoje é Vacaria), a existência de
hotel na concepção que conhecemos, era algo inimaginável, embora concordemos
que a prestação de serviço em hospedagem com certeza exista.
Obvio que sim, na história humana as pessoas migram por
vários motivos, o comércio foi e sempre será o maior motivo. Penso que aqui
chegavam pessoas interessadas nos rebanhos, logo tinham que ficar hospedadas em
algum lugar, primeiro em acampamentos, outros nas propriedades dos interessados
nos negócios e logo nas estalagens, na hospedaria, muito depois nos hotéis.
Intuo que depois da fase dos birivas, tropeiros de
tropas que formaram as primeiras cidades nessa região sulina, da Colônia do
Sacramento a Laguna, nasceram os bolichões, os armazéns de campanha, casas
coloniais que certamente agregavam no próprio lugar, um espaço para hospedagem.
Na evolução desse negócio de hospedar com o fluxo das
pessoas, vieram as pensões familiares, casas de famílias que aceitavam acomodar
forasteiros até que no meio dessas plagas chegasse a palavra mundialmente
reconhecida em todos os idiomas como lugar de hospedar profissionalmente, o
Hotel.
Com isso deu-se origem a classe hoteleira que se
desenvolveu e modernamente se dividiu em várias categorias, pela capacidade de
melhor atender, motivados pela qualidade material e de serviço ofertado.
Hoje esse negócio não se movimenta só pela necessidade
da hospedagem, mas também pela classificação de estilos, no entretenimento e
laser, ficando no cerne da sua origem o maior dos legados, a hospitalidade que
fará em qualquer tempo o cliente retornar a usufruir desse serviço não apenas
como passante, pela necessidade, mas como alguém que escolheu, por prazer,
morar uns dias no lugar de seu maior agrado.
Para pensar: Hospedagem é um serviço mensurável,
hospitalidade é uma condição espiritual sem preço.
Fonte! Coluna "Regionalismo", por Dorotéo Fagundes de Abreu, desta semana.
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