domingo, 4 de setembro de 2016

Com o coração na querência

O amor pelo Rio Grande não conhece fronteiras. Não importa onde estiverem, os gaúchos sempre nutrem o apego pela cultura do nosso estado e, sempre que possível, fazem questão de irradiá-la para as outras pessoas, mostrando quão bela e verdadeira ela é. Este é o caso de um gaúcho do norte do Rio Grande do Sul que atualmente mora em São Paulo e faz questão de manter viva sua ligação com o pago. Marcelo Cantelli Cominetti nasceu em Barão de Cotegipe, cresceu em São Valentim e estudou em Erechim. Desde pequeno mantém ligação com a vida campeira, frequentava o CTG Ronda Crioula, de São Valentim, e chegou a participar de provas de tiros de laço. Ao mesmo tempo, aprendeu as danças típicas ainda criança e nunca mais as esqueceu.

Já em São Paulo, Marcelo constituiu família e fez com que sua esposa, Andréia Ferreira Cominetti, e a filha Isabela, de 9 anos, que são paulistas, passassem a se considerar “gaúchas de coração”, como elas mesmas dizem. A família frequenta o CTG União e Tradição desde 2001. “Quando o Marcelo veio para São Paulo, em 2001, logo procurou lugares onde se preservava a tradição gaúcha, como uma forma de ainda estar próximo da terra natal. Logo que nos conhecemos ele me convidou para ir a um baile no CTG União e Tradição, localizado em Embu, na região metropolitana de São Paulo. Era um baile com música ao vivo e o salão estava lotado, pois eram Os Monarcas que faziam o show. Lembro-me de que dançamos a noite toda, embora meu vestido não fosse exatamente apropriado. O Marcelo pediu para que eu usasse roupa social... e eu fui de vestido longo e salto alto (risos)!”, lembra Andréia.

Ela destaca ainda que as tradições gaúchas sempre fizeram parte da história do casal. “Em 2002, quando viajamos para o sul, fomos a um rodeio. Em meio ao campo, cercada de cavalos, fui pedida em casamento, com aliança de casamento e tudo! O Marcelo estava pilchado e eu de calça capri e regata”, recorda. A paixão pela cultura do sul passou também para a filha, que ganhou seu primeiro vestido de prenda aos 4 anos, dos padrinhos. “Ela dança muito bem”, revela Marcelo.

Manifestação cultural do sul chama a atenção
É certo que a pilcha e o churrasco são marcas registradas dos gaúchos e sempre ganham destaque, onde quer que estejam presentes. No caso da família Cominetti não é diferente. Quando saem para ir a algum baile, são o foco das atenções. “Vamos ao CTG com certa frequência e, como saímos de casa pilchados, o pessoal olha com curiosidade no trânsito, no pedágio ou na padaria. Muito amigos nossos acham legal e sempre levamos convidados ao CTG. A maioria gosta muito porque os valores como família, respeito e boa educação são ensinados de pai para filho”, afirma Andréia. “Com certeza as roupas típicas chamam a atenção. Já churrasco, todos adoram. Não é à toa que, basta dizer que sou gaúcho, e já tenho de assumir o comando da churrasqueira”, revela Marcelo.

Segundo a paulista, a diversificação cultural do Brasil é algo que deve ser valorizado e preservado. “Acho o sotaque gaúcho lindo, ele representa o quanto o nosso Brasil é diversificado. Sou suspeita para falar, pois trabalho com edição de livros, e a língua portuguesa é minha paixão. É impossível visitar o Rio Grande do Sul sem lembrar-se de Érico Veríssimo. Mas também gosto muito do filho dele, Luis Fernando, com seus textos bem-humorados e inteligentes”, conta. Marcelo explica que as entidades tradicionalistas existentes em São Paulo mantém ações como as invernadas adultas e juvenis e as comemorações do 20 de Setembro. “As comemorações da Semana Farroupilha são muito boas. A maioria dos CTGs faz”, diz.

Música gaúcha só pela internet
Um fato que a família lamenta é a ausência das manifestações culturais típicas do Rio Grande do Sul em emissoras de rádio ou de televisão locais. Entretanto, essa falta é suprida via internet. “Infelizmente, a música gaúcha não tem espaço em rádios ou TVs locais, pelo menos que eu saiba. Em geral conseguimos sintonizar, via internet, a programação de rádios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, assegura Marcelo. Mesmo assim, a ligação com o Rio Grande é garantida. “Somos gaúchos onde quer que estejamos, porque entendo que ser gaúcho é mais que nascer no sul, é gostar genuinamente do estilo de vida campeiro, das raízes e das tradições. E isso atravessa as fronteiras, porque a gente leva no coração”, conta.

Fonte! Sítio Portal da Tradição de Passo Fundo RS. Abra as porteiras clicando em 



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