quinta-feira, 8 de maio de 2014

PELO DIA DO CAMPO!

Certa feita nos festivais nativistas gaúchos o cantor e compositor João de Almeida Neto concorreu com uma obra de sua autoria intitulada Nova Trilha que ao final diz “Um dia deixei o campo, porque o campo me deixou...”

Correta fora a declaração do artista, pois é exatamente isso que as politicas públicas têm providenciado para o campo, fomento ao abandono, instigando invasões, como se os que lá estão, vivem e gostam, tivessem sidos plantados por algum plano governamental.

Esqueceram-se os da politicagem que os campeiros que ainda estão no campo, lá ficaram por talento, por missão divina, por herança, por abnegação para tratarem e colherem da terra seus frutos ao seu sustento e aos famintos das cidades. Não é visionária as administrações públicas que olham para o campo e seus campeiros com desdém.

A tal reforma agraria tão propalada não saiu e nem sairá dos gabinetes, primeiro porque para ser implementada teríamos que ter no poder gente descente, de fibra, de tutano, do bem, assim falta moral pra sua efetivação, em segundo lugar essa história de desalojar os nativos do lugar para implantar gentes estranhas do ninho e mais estranhas ao serviço rural, não se trata de reforma e sim de uma cretina operação ideológica alimentadora de vadios da urbanidade, aproveitadores que não querem nada com o trabalho, que passarão nos pilas qualquer lote no dia seguinte da doação, venderão a terra a outros oportunistas, ferindo de morte o sagrado e constitucional direito da propriedade.

Dia 5 de maio é o Dia do Campo e portando dos campeiros legítimos, que sabem do tempo bombeando as nuvens do céu, do período de plantar e de colher, de entourar e lidar com o gado, do homem rústico que sofre em família pelas goradas safras, que chora quando sacrificam terneiros matrizes, por abigeato, por pestes, por enchentes ou por seca.

Mas apesar de todos os pesares o campo tem engordado a nação, sim as barrigas do povo, das elites e dos cofres públicos, garantindo inclusive há décadas a balança comercial deste país que gasta o que não devia, que vai se endividando gulosamente, colocando no ralo o sangue e o suor da Pátria verde e amarela como os trigais.

A ti homem e mulher campeira, nutrimos e rendemos o maior afeto, desejando a maior felicidade pelo Dia do Campo, por que sem vocês ai haveriam muito mais agonizantes de fome nas cidades do que já temos, e como escreveu o poeta do Jaráu – Luís Menezes: “Se a honra perdura o Rio Grande está salvo, sairá do abandono e grito o índio ecoando no pago dirá novamente que esta terra tem dono!”   

Para pensar: O campo gera a produção fundamental e não primária!

Fonte! Coluna Regionalismo, por Dorotéo Fagundes de Abreu.
            


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