Buenas e me espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2024, informamos que: no Dia 25 é da Construção Civil, da Democracia, da Saúde dentária, Nacional do Dentista, do Sapateiro e Internacional Contra a Exploração da Mulher; Dia 26 do Trabalhador da Construção civil; Dia 27 Mundial de Oração da Paz; Dia 28 do Funcionário Público; Dia 29 da Universidade Católica e Nacional do Livro; Dia 30 do Balconista e do Comerciário; Dia 31 da Dona de Casa, do Ferroviário, das Bruxas, Nacional da Poesia e Mundial do Comissário de Vôo. Agradecendo a Deus por poder escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre – ANIVERSÁRIO DO ALEGRETE.
“Não me perguntes onde fica o Alegrete, segue o rumo do teu próprio coração, cruzaras pela a estrada algum ginete, e ouvirás toque de gaita e de violão”, foi bem assim que o famoso gaúcho alegretense Nico Fagundes, (poeta, escritor, professor, historiador, folclorista, jornalista, advogado, antropólogo), deu início a obra que mundializou esse pago, que até o século XIX era habitada por indígenas das tribos: Charrua, Minuano, Guenoa, Jarro, Mboanes e Guarani, em terras que pertenciam a Estância Missioneira de Yapeyú, desde 1634 até 1750, em fabuloso criatório bovino, conhecido há época como Vacaria do Ibicuí.
Depois da Guerra Guaranítica, e definitiva
conquista das Missões por José Borges do Canto, Manoel dos Santos Pedroso e
Gabriel Ribeiro Almeida, a região batizada de Entre Rios (do Uruguai ao Santa
Maria, do Ibicuí ao Quaraí, que formam um retângulo cortado pelos rios Inhaduí
e Ibirapuitã), povoada por indígenas, a partir de 1801 recebeu
luso-brasileiros, africanos, açorianos, que logo aquerenciou algumas famílias
de tropeiros paulistas e imigrantes espanhóis, alemães, franceses e italianos,
compondo a base do mosaico étnico do gaúcho brasileiro, formado por 12 etnias.
Muitos desses, eram militares sesmeiros aquinhoados por serviços prestados a coroa portuguesa, na demarcação de fronteiras.
Essa gente povoou a localidade jesuítica existente junto ao rio, conhecida como Capela do Inhanduí, que prosperou recebendo inclusive em 1805, uma guarda militar portuguesa comandada pelo jovem Tenente José de Abreu, que servia num grande destacamento militar acampado a margem do Rio Ibirapuitã, há mais ou menos 40 km da Capela do Inhandui, que viveu em santa paz até 1916. Pois em setembro desse ano, os castelhanos invadiram a região, forçando os povoadores a se retirarem, perseguidos até o acampamento militar do Rio Ibirapuitã, que devolveu a bala e espada, os espanhóis invasores, além fronteira do Rio Uruguai. Nessa retirada em fuga, os castelhanos na cruzada tocaram fogo no povoado, que passou até hoje se chamar de Capela Queimada.
Estando os moradores da Capela do Inhanduí, sem rancho, albergados no acampamento militar do Ibirabuitã, por questão de proteção, foram recomendados à não voltarem para o Inhanduí, sendo sugeridos e autorizados em 1817, pelo já então Ten. Coronel José de Abreu, à construírem suas casas no serro dos campos de José Manoel Vargas, que a pedido do militar Abreu, cedeu os necessários hectares onde nasceu o novo povoado, batizado de Capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida de Alegrete, fazendo homenagem ao Marques do Alegrete, que governou a Capitania de São Pedro de 1814 à 1815. Por isso José de Abreu é o responsável por essa criação!
Daí o povoado sendo importante ponto estratégico entre as Missões e a Colônia de Sacramento, em permanente corredor de tropas, cresceu até que em 1819 a Capela foi elevada a categoria de Curato, e em 25 de outubro 1831 o Curato do Alegrete foi elevado a Vila e como tal, se manteve até 22 de janeiro de 1857, quando ganhou a categoria de Cidade do Alegrete e oitavo município do Rio Grande do Sul.
Dentre tantas façanhas, Alegrete historicamente em 1842, (já como 3ª Capital Farroupilha), sediou a Assembleia Constituinte que promulgou a primeira Constituição Republicana na América do Sul; foi posto de grandes contingentes militares na Guerra do Paraguai (1864/1870); foi palco da Revolução Federalista de 1893 pela Batalha do Inhanduí, a maior do evento envolvendo mais 12 mil combatentes, sendo a primeira vitória federalista; foi palco da Revolução de 1923, entre Chimangos e Maragatos, no lendário Combate da Ponte do Ibirapuitã, aonde morreu o chimango Guilherme da Cunha, irmão de Flores da Cunha e foi ferido de morte o maragato Cel. Maurício Abreu (meu tio-avô, tri-neto do Marechal José de Abreu); foi nas ruas alegretense que 1956 se fez o primeiro desfile em culto farroupilha; São naturais do Alegrete, dentre tantos nomes ilustres: Oswaldo Aranha, Demétrio Ribeiro, Aldo Fagundes, Mário Quintana, João Saldanha, Walmor Chagas, Celestino Valenzuela, Nico Fagundes, que encerra seu Canto Alegretense, assim: “Desta terra que eu amei com devoção, cada verso que eu componho é um pagamento, de uma dívida de amor e gratidão”! Parabéns Alegrete pelo 193º aniversário!
Para pensar: “E na hora derradeira que eu mereça,
Ver o sol alegretense entardecer,
Como os potros vou virar minha cabeça,
Para os pagos no momento de morrer”. (Nico Fagundes).
Fonte! Chasque (coluna semanal) Regionalismos por Dorotéo
Fagundes (com o apoio do GBOEX e da FUNDACRED.