quarta-feira, 9 de julho de 2014

A REALIZAÇÃO E A FELICIDADE



Certo dia um bom amigo, resolvido economicamente, que por dificuldade existencial procurara os mais caros divãs à busca da felicidade, disse-me que depois de tanto tempo de inquietação e inconformismo, numa cavalgada, conversando a beira do fogo com um gaúcho, revelou seus tormentos, reclamando que tinha tudo e que não tinha nada.

O guasca ouvinte, homem simples e rude, a quem Deus dera a liberdade dos campos, o convívio com os animais, com a natureza e uma ponchada de amigos, companheiros de oficio e um soldo de peão para ser feliz, depois de ouvir por horas o infeliz, mateando, pigarreou fundo e fumaceando o céu lascou: Amigo, sinto que és um homem do bem, que és um realizador, que laborou para proteger a família, construiu um império mas duvida da felicidade, buscou-a em todos as faces da terra e retornou de mãos vazias e agora reclama da sorte.

Da nossa simples observância projeto que te distanciaste de ser feliz porque ela não vive nos palcos da vida, ela vive dentro da gente, a felicidade é um estado de espirito e não de coisas, o homem moderno confunde muito, realizações com felicidade, o fato de nos realizarmos materialmente não é sinônimo de felicidade, o verdadeiro feliz nunca está realizado, ele vive criando e fazendo para o bem comum, que no final das contas lhe faz feliz e por isso julgo que estás infeliz, porque realizas para si, pra poucos e não para o mundo.

Assim sugiro que procure passar teu conhecimento de realizador aos que não são, procure investir o que a inteligência te oportunizou nas pessoas mais simples que sofrem pela fome, pelo frio e pela ignorância, que ai a Dona Felicidade irá visita-la com certeza, sem precisar que a chame, que a busque.

Dou-te como exemplo a história da vida de três personagens que neste mês de julho marca suas passagens para a querência eterna, três grandes homens gaúchos que ofereceram a vida os reflexos da alma, sem preocuparem-se com seu bolso. Jayme Caetano Braun, Pedro Raimundo e Dimas Costa, tiveram aqui, fizeram história e se foram felizes por descobrirem que na conta do universo o saldo médio é do o que realizaste ao teu próximo e não a ti, pela bondade e não pela ambição.  

Para pensar: Saber repartir é a mais sábia das lições para ser feliz! 

Fonte! Coluna Regionalismo desta semana, por Dorotéo Fagundes de Abreu.

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