Das manifestações regionalistas, as que mais se propagam
são a música e a poesia, em função dos meios diversos de comunicação que inicia
numa tertúlia, que para nossa sorte no Rio Grande do Sul e aonde vai o gaúcho,
seguem nossos versos e canções de ritmos aculturados que também voam nas asas
do vento, pelas emissoras de rádio e de televisão, investidoras na cultura
regional da Pátria.
Mas nossas manifestações artísticas não ficam por ai,
temos o teatro, o cinema e as artes plásticas reverenciando nossa história,
usos e costumes. Não podemos jamais esquecer dos artistas plásticos como
irradiadores de nossas caras tradições, e dentre eles no dia 26 de maio estaria
aniversariando o grande Luiz Alberto Pont Beregarahy, o BEREGA que no dia 09 de
abril fez dois anos da partida para a querência eterna, onde por certo está
pintando cenas mais bonitas dos campos celestiais do que pintou na terra e ou
inspirando poetas e colegas de ofício a seguirem retratando o pago pelo lápis e
pelo pincel.
Das cenas que BEREGA nos deixou, encontramos a alma
gaúcha e se bem observado os quadros, poderemos ouvir o barulho dos cascos e
dos relinchos dos nossos cavalos, o estalo dos mangos, das labaredas de um fogo
de galpão, o ronco da cuia de mate, o berro do gado, o som de uma guitarra ou
de uma gaita enaltecendo os dias e as noites campeiras, o lixar das solas das
botas num fandango, os gritos do quero-quero, da cachorrada, o tilintar das
esporas e o badalar dos cincerros das éguas madrinhas.
Foi esse o acordo que o artista fez com Deus ao encarnar
nesse plano, entregando de sua inspiração fatos da arte que servem para
desembrutecer espíritos, requintar as almas, exercitando a sensibilidade do
ser.
O Berega foi assim, cumpriu seu pacto, deixou-nos um
manancial de telas que falam, que cantam, que riem e que choram, expressando
tudo o quanto existiu e ainda existe para referenciar um gaúcho, uma gaúcha, as
estâncias.
Obrigado Berega, estrela que brilha no infinito do céu
pampiano e dentro dos olhos que ensinaste admirar a lida simples e nobre dos
campos pela tua arte, um bilhete de Deus aos que não querem enxergar que o
tempo da vida é como as águas de um rio que vai passando e não voltam mais, que
tu eternizaste nas janelas dos teus quadros pela energia do bem.
Para pensar:
Como disse
Liev Tolstoy, pinte tua aldeia que estarás pintando o mundo!
Fonte! Chasque "Regionalismo", por Dorotéo Fagundes de Abreu, desta semana.
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