quinta-feira, 13 de junho de 2013

QUANTO VALE ENSINAR !

Em 1597 no dia 09 de junho faleceu o grandioso Padre Anchieta, que chegou ao Brasil em 13 de junho de 1553, com menos de 20 anos de idade, com outros padres como o basco João de Azpilcueta Navarro. Noviço, veio na armada de Duarte Góis e só mais tarde conheceria Manuel da Nóbrega, de quem se tornaria particular amigo. Manoel Nóbrega lhe deu a incumbência de continuar a construção de um Colégio e foi a partir deste que Anchieta abriu os caminhos do sertão, aprendendo a língua tupi e compondo a primeira gramática desta que, na América Portuguesa, seria chamada de "língua geral". No seguimento da sua ação missionária, participou da fundação, no planalto de Piratininga, do Colégio de São Paulo, do qual foi regente, embrião da cidade de São Paulo, junto com outros padres da Companhia, em 25 de janeiro de 1554. Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, das quais 36 haviam recebido o batismo.

Sabe-se que a data da fundação de São Paulo é o dia 25 de janeiro por causa de uma carta de Anchieta aos seus superiores da Companhia de Jesus, na qual diz:  A
25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!

O religioso cuidava não apenas de educar e catequizar os
indígenas, como também de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que queriam não raro escravizá-los e tomar-lhes as mulheres e filhos, assim seguiu a missão do Padre Nobrega primeiro que trouxe ao Brasil o caráter da educação e começou catequizando os índios. Anchieta escrevendo na areia deu exemplo que deveria ser seguido até hoje como prova de que, o que vale é o conteúdo e não tipo da ferramenta de ensinar. Uma lição de que toda teoria pode e deve ser passada de forma simples, objetiva, clara, proporcionando ao aluno o aprendizado das ciências, dispensando conceitos ideológicos educacionais de agora, pois o verdadeiro mestre não se perde em falsas didáticas, simplesmente ensina e isso foi o que Anchieta fez.

Ainda mais, quando viu que seus pupilos de diversas tribos indígenas tinham diferentes dialetos, providenciou em criar o Tupi, entendido hoje como idioma, mas que na verdade fora uma codificação de palavras que tinham em todas as tribos o mesmo sentido, criando assim o que os índios chamaram de nheengatu que quer dizer língua boa. Com o nheengatu, Anchieta facilitou o ensino e a comunicação entre os índios e os brancos, e a nova linguagem passou ser voz corrente no Brasil colonial até 1758 quando o Marques do Pombal proibiu sua utilização, impondo o Português.  

Segundo a "Brasiliana da Biblioteca Nacional" (2001) Anchieta "o Apóstolo do Brasil", fundador de cidades e missionário incomparável, foi gramático, poeta, teatrólogo e historiador. O apostolado não impediu Anchieta de cultivar as letras, compondo seus textos em quatro línguas - português, castelhano, latim e tupi, tanto em prosa como em verso. Duas das suas principais obras foram publicadas ainda durante a sua vida: "De gestis Mendi de Saa" ("Os feitos de Mem de Sá") impressa em Coimbra em 1563, retrata a luta dos portugueses, chefiados pelo governador-geral Mem de Sá, para expulsar os franceses da baía da Guanabara onde Nicolas Durand de Villegagnon fundara a França Antártica. Esta epopeia renascentista, escrita em latim e anterior à edição de "Os Lusíadas", de Luís de Camões, é o primeiro poema épico da América, tornando-se assim o primeiro poema brasileiro impresso e, ao mesmo tempo, a primeira obra de Anchieta publicada.

Olavo Bilac em seu poema ANCHIETA, em reverencia, na primeira estrofe versa assim: Cavaleiro da mística aventura, Herói cristão! Nas provações atrozes, Sonhas, casando a tua voz às vozes, Dos ventos e dos rios na espessura:

Para pensar: Ser mestre é saber o porquê da vida e o quanto vale a pena ensinar.

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Fonte! Coluna Regionalsimo, de Dorotéo Fagundes de Abreu, do dia 11 de junho de 2013.

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