Mesmo que estejamos num período de muita conturbação social
pelos desastrosos representantes políticos que temos elegido, gente que não tem
outro projeto se não sua ascensão econômica e dana-se a cidade, o estado, o
país e suas gentes, aqui no Rio Grande do Sul há visível crescimento artístico
musical.
A prova disso é que na quinta-feira dia 24 de abril, Porto
Alegre promoveu nova edição do Troféu Açoriano, evento com mais de duas décadas
que a cada ano se exibe com um conjunto maravilhoso de artistas, obras, cedes e
devedes de altíssimo nível, de artistas veteranos e novatos.
A safra de 2013 da 23º edição do cobiçado prêmio lançado em
1977, mais uma vez surpreendeu, reuniu a fina flor da arte gaúcha de todos os
gêneros, num espetáculo digno, em nível de Oscar, dirigido pela sensibilidade
de Claro Gilberto que teve como foco principal o centenário de Lupicínio
Rodrigues, sob orientação do competente Jorge André Brites, coordenador
municipal de música.
A intercalação da entrega dos prêmios foi realizada com
magnificas apresentações rearranjadas de obras do velho Lupi, que passeou na
voz de grandes interpretes povoeiros e campeiros em instrumentos tradicionais
como gaita, violão e modernos como teclado eletrônico e flauta metálica
transversa, que até os pés dos bailarinos de gafieira no palco gemeram.
Bem notou-se nessa noitada, o contraste de brutos e lapidados
espíritos do nosso tempo, de certa forma representando o bem e o mal, o mal
pelos que se abancam nas cadeiras públicas, embora eleitos, chegaram lá em
nebulosos expedientes que execram as cabeças luminares e éticas da política, e
o bem pela arte e seus artistas que não desistem de exercerem sua árdua missão
de fazer música e poesia a sombra da selva de pedra e levar cultura ao pântano
urbano, onde as pessoas se empilham, pagam aluguel, condomínio e no final a
catacumba.
O espetáculo foi de graça e infelizmente não lotou o Araújo
Viana, que pela metade se emocionou,
chorou, riu e aplaudiu nossos ídolos que pousaram no meio do povo sem revolta e
sem escolta, numa relação perfeita de admiração e respeito.
Nessa edição o executivo esteve em peso, entregaram troféus,
deram abraços, beijos, acenaram para os lados, ao contrário do ano passado que
ninguém foi, de certo porque o ano não era eleitoral.
Quem venceu quase tudo foi Vitor Ramil, vertente de uma obra
financiada por oitocentas pessoas de espírito mecenas, porque no erário tem
rubrica para a cultura pagar vários cargos, mas não tem dinheiro ao
financiamento das artes.
Assim a Porto Alegre mui valerosa, rendeu-se e viu o
regionalismo gaúcho receber o maior destaque por Ramil, Jaime Vaz Brasil e Ivo
Fraga, para que ninguém mais tenha dúvidas que é a capital de todos os gaúchos.
Para pensar: Quem canta os males espanta!
Fonte! Coluna Regionalismo, por Dorotéo Fagundes de Abreu.
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