A Chama Crioula simboliza reviver os ideais de todos os heróis farroupilhas, suas bravuras e suas conquistas. Este ano significará, também, manter vivo em nossas lembranças, a figura ilustre de Barbosa Lessa. – um gaúcho autêntico, profundo conhecedor de nossa história, danças, músicas e folclore. Escritor por excelência, nos deixou através de seus livros, artigos, teses, canções, um legado de ensinamentos, revelando ao mundo quem é o povo gaúcho, seus usos e costumes. Embora escrevendo a nossa história, Luiz Carlos Barbosa Lessa sempre fez parte dela, propiciando o surgimento e o fortalecimento do Movimento Tradicionalista Gaúcho.
Ele foi um dos integrantes do Grupo que organizou a primeira Ronda Crioula, nos idos de 1947, que originou a Chama Crioula. Camaqüense adotivo, em sua homenagem, a Chama Crioula Oficial do Estado – 2003, será acesa no galpão do Fogo de Chão, no Sítio Água Grande, nº 5º Distrito do município de Camaquã, local onde viveu os últimos anos de sua vida. A programação da Chama Crioula inicia dia 22 de agosto às 10h, com o acendimento oficial, às 11horas ela será transportada do Sítio de Água Grande para o Forte Zeca Neto, em Camaquã, onde será recepcionada, às 17h, e a partir daí sua centelha será distribuída para todo o Estado.
A CIDADE DA CHAMA
As atividades do Acendimento da Chama Crioula também serão uma boa oportunidade para os visitantes conhecerem o município histórico de Camaquã, localizada a 125 km de Porto Alegre.
A história do município tem início em 1815 com a criação da Capela Curada de São João Batista, em terreno doado por Joaquim Gonçalves da Silva, pai de Bento Gonçalves. A obra administrada pelo Sargento-mor José Centeno, distante cerca de 10 km da atual cidade foi abandonada porque não havia água no local. A construção da nova igreja foi iniciada em 1844, no lugar onde se encontra atualmente. Através da lei Provincial nº 569, de 19 de abril de 1864, era criado o município de São João Batista de Camaquã.
A cidade possui grande vínculo com a Revolução Farroupilha. Se por um lado não foi palco propriamente dito da guerra, por outro lado, abrigou os seus principais protagonistas, entre eles, o General Bento Gonçalves da Silva, que durante muitos anos residiu na Estância do Cristal, hoje Parque Bento Gonçalves(BR 116). Sua esposa Caetana Garcia da Silva passou os últimos anos de sua vida, na Fazenda da Figueira, casa da filha Maria Angélica e do General António José Centeno, então Estância do Brejo. Os restos mortais de Caetana estão sepultados em um jazigo no cemitério São João, em Camaquã. Na foz do Rio Camaquã, à margem esquerda, estava localizada a estância da Barra(Pacheca 6º Distrito), residência de Antônia Joaquina da Silva, irmã de Bento Gonçalves. Foi nas proximidades daquele local, que o revolucionário Gioseppe Garibaldi montou seu estaleiro e construiu parte da frota farrapa, os famosos lanchões Seival e Farroupilha. Ali ocorreu o malogrado ataque do Cel. Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, ao arsenal de Garibaldi, em 16 de abril de 1839. A distância entre as estâncias da Barra e do Brejo é de aproximadamente 50 km. Este é o cenário real de "A Casa das Sete Mulheres", em território camaqüense.
Fonte: Jornal ECO DA TRADIÇÃO, ed. 24, de agosto de 2003, contracapa. Leia e assine o Eco da Tradição, entrando em contato com o MTG/RS pelo fone 0xx51.3233.5194, ou pelos chasques eletrônicos mtg.rs@vanet.com.br ou mtg.rs@mtg.org.br ou pelo site www.mtg.rs.org.br.
Chasque resgatado da Rede de Informações da 1ª Região Tradicionalista do Rio Grande do Sul, edição nº 06, de 12 de agosto de 2003.
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