Nesse período não há como dizer de outra coisa senão de
COPA DO MUNDO, dos jogos não vou opinar, pois todos os experts da mídia já
disseram e aprendemos com eles. Sim, poderia falar como torcedor, mas prefiro
calar, diferentemente de quando nossa seleção, no raio da desclassificação,
desacreditada, saiu das mãos do carioca Luxemburgo e veio para a guarda gaúcha
do extraordinário Felipe Scolari, (de quem sou fã incondicional por sua
autenticidade e astúcia), que mesmo jogando contra os ventos, conquistou o
penta campeonato, tapando a boca dos sabichões. Naquele tempo, essa coluna foi
um dos poucos, para não dizer o único espaço de mídia que apostou na conquista
do penta.
Focando no que tecnicamente conheço por dom, por estudo,
a respeito de arte regional, vida de artista e produção cultural, que por não
perder espetáculos famosos, inclusive os tecnicamente perfeitos, os da Broadway
e de ter visto pela televisão detalhadamente o show de abertura das olimpíadas
de inverno na Rússia, me escolando, direi sobre o espetáculo de abertura da
nossa Copa do Mundo, criticado por muitos, entendido por poucos.
Sinceramente não acho que o espetáculo foi ruim, mas
concordo que faltou algo a mais e não ouvi ninguém falar do que, até porque os
críticos de plantão são do futebol e não de arte cênica ou musical.
Gostei da ousadia dos suecos que elaboraram a produção
na cultura regional do Brasil, oferecendo ao mundo nossa vasta diversidade
cultural, nota dez a temática escolhida, tínhamos que apresentar algo que fosse
daqui, isso parece lógico, mas para outros não, gostariam de terem visto algo
frenético, barulhento, bundas e peitos de fora e sem fundamento nacional, aliás
exatamente como o estado de espirito político brasileiro se encontra.
A meu ver quase tudo rolou bem no gramado corintiano com
um tapete colorido fazendo vez de cenário na revista do folclore e flora
brasileira, exibidos por dezenas de pessoas especialmente trabalhadas que
poderiam ter sido centenas, para esquentar o palco. O que faltou então? Julgo
que faltou á magia que não apareceu por ser de dia, pois os deuses da arte
andam a noite, faltou á cênica dos holofotes que bem usada escondem os
bastidores que quando vistos, quebram o encanto de qualquer show. Um palco sem
o breu em contraste com a iluminação adequada é frio, não emociona,
principalmente um palco gigante com o tamanho de um capo de futebol em plena
luz do dia.
Outro fator que não ajudou o espetáculo atingir o ápice
foi á sonorização. As trilhas sonoras embora de alto nível não chegaram aos
corações por falta de volume. Não faltou tema, não faltou criatividade, não
faltou talento, só faltaram ás estrelas do céu, os holofotes e a sonoridade. No
mais o Brasil esteve todo em campo, na sequencia ganhando um jogo que também
não foi melhor pelo nervosismo, pela pressão da responsabilidade de atuar
abrindo o maior espetáculo da terra em casa, que se Deus quiser, se renderá
mais uma vez ás cores verde das matas, azul do céu e amarela do ouro de nossa
amada pátria, Brasil.
Para pensar: Não há nada
mais universal do que o regional! (Cecília Meireles).
Fonte! Chasque Regionalismo, por Dorotéo Fagundes de Abreu, do dia 17 de junho de 2014.
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