quarta-feira, 31 de julho de 2013

PELO DIA DO AGRICULTOR!



Essa gente honrada e simples que moram no campo e produz o que precisamos para viver, levam uma vida dura, sem final de semana e feriados, porque se guiam pelo tempo, quando esse está bom sendo momento de plantio ou da colheita, é a hora das famílias se arremangarem e enfrentarem a realidade que não espera pouco importando se é feriado nacional, a mão do homem precisa ir para a terra.

De sol a sol é a lida do agricultor, depois é reunião no galpão, na cozinha, na sala de janta em volta da mesa para a prosa e desfrute do pão, do vinho, do salame, da copa, que ali mesmo se produziu, até que a bóia maior chegue numa panela de ferro alimentando os corpos que cedo vão á cama, para mais cedo levantarem e depois do café, voltar para a lavoura.
 
O citadino adora o campo, mas para passeio, para finais de semana, pelo glamour do status das fazendas e do bem que a natureza provoca no ser. Mas infelizmente existe gente na cidade que ignoram os agricultores, os inferiorizam, ridicularizando seu jeito rude de viver, de falar, esquecendo-se que sem agricultura não sustentariam a carcaça rebocada de ruge, batom, plásticas em músculos de laboratório.

Outro dia numa reunião festiva aqui na capital, um sujeito se julgando maioral, expressando voluntariamente sua condição de empresário das finanças, com chique escritório na Carlos Gomes e New York, falante, solucionador dos problemas do mundo pelo lado do capital, caiu na asneira de me dizer que o gaúcho, o pessoal do campo eram uns vagabundos.

Respeitosamente, mas com vontade de dar um planchasso de três listas no almofadinha para rebater sua injusta afirmativa, quando ele fechou a matraca que mais de meia hora batia sem parar vomitando soluções pelo capital a vida humana, perguntei ao sabichão qual eram as três coisas que sem ter o homem não vive 30 dias?

Ele vagou no pensamento, resmungou bastante e vendo que não teria a resposta tentou mudar de assunto, quando insisti na resposta e o cara num sorriso amarelado disse que não sabia, prontamente lhe desferi: “A humanidade meu caro, pode viver com tudo que tu acha como essencial: chips, computador, televisão, satélite, automóvel, avião, petróleo, luz elétrica, celular, dinheiro, produtos bancários que tu defendes e um mundo de porcarias que a modernidade nos oferece, mas não vive sem - água, proteína e grãos. Três maravilhas, uma que felizmente só Deus sabe a fórmula para fabricar, a água e as outras duas a tecnologia genética humana pode mexer e ironicamente essas, proteína e grãos, são produzidas pelos os que tu julgas  vagabundos.

Vou morrer dizendo que o AGRICULTOR faz parte da cadeia produtiva fundamental, contra o que vocês estrategicamente gostam de chamar de produção primária, para saquearem no joguete das bolsas de valores via os verdadeiros vagabundos que exploram os que produzem, ganhando fortunas sem nunca terem semeado, acumulando riqueza no suor e no sangue do agricultor que sempre paga a conta.

O dia que os agricultores resolverem produzir só para suas famílias, eu quero ver o que vai valer o capital, quero ver quantos dias tu vai fica de pé com os bolsos cheio de dinheiro sem ter o que comprar?

É claro que isso não vai precisar acontecer, porque existe outra coisa que certamente tu não acreditas, na justiça divina. Que Deus abençoe os que verdadeiramente trabalham como os agricultores, que anualmente se superam e o preço vil de suas safras ofertadas pela bolsa dos que não trabalham, vão lhe empobrecendo e escravizando”.

Para pensar: O dinheiro apareceu para facilitar o comércio e não escravizar os que produzem!  

Fonte! Coluna Regionalismo por Dorotéo Fagundes de Abreu, do dia 29 de julho de 2013.

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